EUA: ex-diretor do FBI investigará interferência russa em eleição
Departamento de Estado americano nomeou Robert Mueller, que comandou o FBI entre 2001 e 2013, como promotor especial para supervisionar investigação
O Departamento de Justiça americano nomeou, nesta quarta-feira, o ex-diretor do FBI, Robert Mueller, como promotor especial para supervisionar a investigação federal sobre os esforços do governo russo para influenciar as eleições de 2016 nos Estados Unidos.
Mueller, um ex-procurador federal, foi diretor do FBI entre 2001 e 2013 e tem uma reputação de independência. Ele comandou o FBI na sequência dos ataques terroristas de 2001 e foi apontado como responsável por dar à agência um papel maior na coleta de informações de inteligência. O então presidente Barack Obama pediu a Mueller que ficasse no posto após o fim de seu mandato de dez anos para buscar um sucessor. Obama acabou em 2013 por nomear James Comey, recentemente demitido pelo atual presidente, Donald Trump.
Como promotor especial, Mueller está “autorizado a processar crimes federais decorrentes da investigação dessas questões”, de acordo com a ordem do Departamento de Justiça assinada pelo vice-procurador-geral, Rod Rosensteinpor.
A nomeação de Mueller é uma resposta do governo às criticas enfrentadas desde que Trump demitiu Comey, na semana passada, em meio às investigações sobre a ligação entre o ex-assessor de segurança nacional Michael Flynn e autoridades russas. Essa crítica se intensificou na terça-feira à noite, quando foram revelados trechos de um memorando escrito por Comey em fevereiro, no qual o ex-diretor do FBI diz que Trump pediu que ele abandonasse a investigação.
Mueller tem atuado como sócio da WilmerHale, um escritório de advocacia, mas se retirará do posto para evitar qualquer conflito de interesse, de acordo com o Departamento de Justiça.
(com Estadão Conteúdo)