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EUA e UE anunciam sanções contra programas de mísseis e drones do Irã

"Não hesitaremos em tomar todas as medidas necessárias para responsabilizá-los", disse presidente americano, Joe Biden

Por Da Redação
Atualizado em 8 Maio 2024, 13h11 - Publicado em 18 abr 2024, 12h02
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  • O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta quinta-feira, 18, novas sanções contra duas entidades e mais de uma dúzia de pessoas ligadas ao programa de drones do Irã. Pouco antes, líderes da União Europeia também concordaram em aumentar sanções contra Teerã, assim como Reino Unido, que anunciou sanções contra “organizações militares, indivíduos e entidades envolvidas na indústria de drones e mísseis”.

    “Que fique claro para todos aqueles que permitem ou apoiam os ataques do Irã: os Estados Unidos estão comprometidos com a segurança de Israel”, disse o presidente Joe Biden, após o anúncio das sanções. “Não hesitaremos em tomar todas as medidas necessárias para responsabilizá-los”. 

    + ‘Estamos à beira de um guerra regional no Oriente Médio’, alerta UE

    No caso de Washington, as medidas visam executivos de uma fabricante de motores que fornece os drones Shadad-131, usados no sábado, quando o Irã lançou mais de cem deles contra Israel. Segundo o Irã, o ataque anunciado seria um ato de “legítima defesa” em resposta à investida contra seu consulado em Damasco, na Síria, ocorrido no início de abril — que matou um comandante e outros seis oficiais da Guarda Revolucionária Iraniana. Israel nega a autoria do atentado.

    Em nota, o Departamento do Tesouro americano também anunciou sanções contra cinco empresas iranianas ligadas à indústria do aço, assim como três subsidiárias de uma montadora.

    Já o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que o caso do fim de semana é um sinal de que é preciso “isolar” Teerã, anunciando que o bloco “tomará medidas restritivas adicionais, especialmente em relação a veículos aéreos não tripulados e mísseis”.

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    No domingo, 14, o exército israelense afirmou que os drones iranianos foram principalmente direcionados contra a base aérea Nevatim, mas que o resultado foi um dano minimo à estrutura do local, que continua em atividade. Entre civis, apenas uma garota ficou ferida. Mais de 99% dos estimados 120 drones e mísseis lançados pelo Irã foram interceptados no ar.

    A ofensiva iraniana afirma que o ataque pode ser considerado concluído e que não há a intenção de outro embate, contanto que Israel não volte a retaliar, muito menos que haja envolvimento dos Estados Unidos na região. Segundo as Forças Armadas israelenses, o país tem planos traçados e está analisando as opções. “Estamos prontos para fazer o que for necessário para defender Israel”, disse um porta-voz do exército. O incidente ocorre em meio a uma escalada de tensão na região que teve início com os ataques israelenses em Gaza, em outubro de 2023.

    “À beira de uma guerra”

    Nesta quinta-feira, o chefe da política externa da UE, Josep Borrell, disse que o caso deixa todos “à beira” de uma grande guerra regional no Oriente Médio, mais ampla que o conflito na Faixa de Gaza e com consequências maiores.

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    Em Bruxelas para uma reunião dos líderes da União Europeia, o diplomata afirmou que o governo israelense precisava exercer moderação no contra-ataque a Teerã, para evitar uma perigosa escalada das hostilidades.

    “Não quero exagerar, mas estamos à beira de uma guerra, uma guerra regional no Oriente Médio, que irá enviar ondas de choque ao resto do mundo, e em particular à Europa”, alertou. “Então pare com isso.”

    Um conflito entre Irã e Israel tem potencial para projetar estragos para muito além do Golfo Pérsico. Tel Aviv nunca enfrentou inimigo tão bem preparado. Estima-se que o exército iraniano some 610 mil homens, contingente três vezes maior que o israelense, e tenha orçamento anual de US$ 7 bilhões.

    Além disso, a economia ficaria sujeita à escalada nos preços do petróleo, que só esse ano já subiu 20%, superando os 90 dólares. Grande produtor da commodity e membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o Irã vende sua produção à China. E uma redução nas exportações causaria um salto nos preços, já que Pequim seria forçada a procurar novos fornecedores. Outro temor é a paralisação de rotas comerciais.

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