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EUA e UE anunciam sanções após Rússia reconhecer regiões separatistas

Decisões foram tomadas após decreto de Vladimir Putin que reconhece independência de Donetsk e Luhansk, áreas pró-Moscou no leste da Ucrânia

Por Caio Saad Atualizado em 21 fev 2022, 19h04 - Publicado em 21 fev 2022, 18h33

A presidente da Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou nesta segunda-feira, 21, que o bloco irá reagir com sanções contra a Rússia após a decisão do presidente Vladimir Putin de reconhecer a independência de regiões separatistas pró-Moscou da Ucrânia.

“A União reagirá com sanções contra os envolvidos neste ato ilegal”, disse von der Leyen em comunicado assinado junto com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. 

No texto, os dois condenam “nos termos mais fortes a decisão do presidente russo de proceder com o reconhecimento das áreas não controladas pelo governo das províncias de Donetsk e Luhansk, da Ucrânia, como entidades independentes”. Segundo eles, “o reconhecimento dos dois territórios separatistas na Ucrânia é uma violação flagrante do direito internacional, da integridade territorial da Ucrânia e dos acordos de Minsk”.

+ Em meio à tensão na Ucrânia, embate entre Putin e Biden sobe de tom

Nos Estados Unidos, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou em comunicado à imprensa que o presidente Joe Biden irá apresentar em breve um decreto presidencial que proibirá “novos investimentos, comércio e financiamento de pessoas americanas de, para ou nas” duas regiões separatistas do leste ucraniano.

O documento assinado pelo democrata também dará “autoridade para impor sanções a qualquer pessoa determinada a operar nessas áreas da Ucrânia”, segundo a porta-voz, que acrescentou que outras medidas ainda serão tomadas.

Segundo o jornal britânico The Guardian, o governo do premiê Boris Johnson também deve anunciar nas próximas horas uma série de sanções.

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Para o secretário-geral da Otan, principal aliança militar ocidental, Jens Stoltenberg, a decisão da Rússia de reconhecer a independência das regiões é condenável e “ prejudica ainda mais a soberania e a integridade territorial da Ucrânia”. A decisão, além disso, “corrói os esforços para a resolução de conflitos e viola os Acordos de Minsk, dos quais a Rússia é parte”.

Em publicação no Twitter, o político norueguês acusou o Kremlin de “fabricar um pretexto para invadir a Ucrânia novamente” e “adicionar combustível” ao conflito, dando ajuda financeira e militar aos separatistas no leste da Ucrânia.

No comunicado, Stoltenberg lembrou que a Otan mantém seu “pleno respeito pela soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia”, da qual Donetsk e Lugansk “fazem parte”.

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“Os aliados pedem à Rússia, nos termos mais fortes possíveis, para escolher o caminho da diplomacia e reverter imediatamente seu destacamento militar maciço dentro e ao redor da Ucrânia e a retirar suas forças da Ucrânia, de acordo com suas obrigações e compromissos internacionais”, disse.

Donetsk e Luhansk

A decisão desta segunda-feira sepulta os Acordos de Minsk, negociados em 2015, sob mediação da Alemanha e França, para um cessar-fogo nas duas regiões, que teriam em troca autonomia administrativa. As autoproclamadas República Popular de Donetsk e República Popular de Luhansk são em boa parte controladas por separatistas pró-Moscou desde 2014 e palco de uma guerra que já deixou cerca de 15.000 mortos.

Enquanto o governo ucraniano afirma que forças separatistas são “invasoras” e “ocupantes”, a Rússia sustenta que as forças são formas de defesa às agressões do governo ucraniano.

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O reconhecimento também abre caminho para que tropas russas entrem nas duas regiões. Na semana passada, em meio à tensão política, diplomática e militar, o governo ucraniano e grupos separatistas apoiados por Moscou já haviam se acusado mutualmente de violações ao regime de cessar-fogo em Donbas, onde ficam as províncias separatistas e onde confrontos desde 2014 já deixaram mais de 14.000 mortos.

Ao citar a situação em Donbas, Putin acusou autoridades ucranianas de tentarem impedir o uso do idioma russo através de leis que privilegiam o uso do ucraniano, além de citar uma repressão à Igreja Ortodoxa russa. Ele também criticou a presença de militares estrangeiro no país vizinho, sobretudo da Otan, principal aliança militar ocidental.

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Sobre a organização ocidental, o presidente russo voltou a citar que uma eventual entrada da Ucrânia no grupo seria uma ameaça direta à segurança russa.

O Kremlin é contra a possível adesão de Kiev à aliança militar da Otan e vem alertando que uma confirmação terá consequências graves. Segundo Putin, uma eventual adesão do país vizinho à Otan é uma ameaça não apenas à Rússia, “mas também a todos os países do mundo”. De acordo com ele, uma Ucrânia próxima ao Ocidente pode ocasionar uma guerra para recuperar a Crimeia – território anexado pelo governo russo em 2014 –, levando a um conflito armado. 

A aliança, por sua vez, afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos trinta aliados e pela própria Ucrânia, mais ninguém” e acusa a Rússia de enviar tanques, artilharia e soldados à fronteira para preparar um ataque.

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