Por relação com Pyongyang, EUA e Seul devem suspender exercício militar
Treinamento irrita regime da Coreia do Norte, que o considera um preparativo para uma possível invasão ao seu território

Os exércitos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul planejam suspender os exercícios militares de grande escala que realizam em conjunto anualmente, enquanto o presidente Donald Trump se esforça para melhorar as relações com a Coreia do Norte.
Segundo a emissora americana NBC News, os exercícios de Foal Eagle, que geralmente acontecem no período da primeira no Hemisfério Norte (outono no Brasil), serão eliminados.
A informação foi confirmado ao canal de televisão por duas autoridades de defesa dos Estados Unidos, que não se identificaram.
Foal Eagle é o maior dos exercícios regulares conjuntos realizados pelos dois aliados. O evento, contudo, sempre irritou Pyongyang, que o condena como preparativos para uma invasão a seu território. No passado, envolveu 200.000 soldados sul-coreanos e 30.000 americanos.
Desde a primeira cúpula de Trump com o ditador norte-coreano Kim Jong-un, em julho do ano passado em Singapura, Estados Unidos e Coreia do Sul reduziram ou não realizaram vários exercícios conjuntos.
Trump se queixou várias vezes que esses exercícios eram muito caros. Oficiais militares disseram que o treinamento Foal Eagle saiu por 14 milhões de dólares no ano passado. O orçamento anual da defesa americana é de 700 bilhões de dólares.
A NBC informou que os exercícios anuais seriam substituídos por “treinamentos menores e específicos para missões”.
No entanto, o presidente republicano descartou a retirada de qualquer um dos 28.500 militares dos Estados Unidos baseados na Coreia do Sul.
Qualquer redução deste tipo enfrentaria uma forte rejeição do Congresso dos Estados Unidos e do Japão, cujo governo conservador desconfia profundamente das intenções da Coreia do Norte na região.
Coreia do Norte e Estados Unidos se reuniram para mais uma cúpula nesta semana no Vietnã. O encontro, contudo, acabou mais cedo do que o previsto e sem um acordo.
Segundo Trump, a principal razão do desentendimento entre as duas delegações foi a exigência de Kim Jong-un da suspensão integral das sanções americanas. Os norte-coreanos, contudo, negaram ter apresentado tal condição.
De acordo com o ministro de Relações Exteriores de Pyongyang, Ri Yong-ho, seu governo só pediu o alívio parcial de sanções adotadas por Washington. Após o conflito, a Coreia do Norte já afirmou que não pretende recuar em sua posição, mesmo que Trump pressione para que haja novas conversas.
(Com AFP)