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EUA: Deputada pop AOC é presa durante protesto pelo direito ao aborto

Alexandria Ocasio-Cortez e suas colegas democratas que formam o grupo progressista "The Squad" foram detidas em frente à Suprema Corte

Por Amanda Péchy
20 jul 2022, 11h15
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  • Vários democratas proeminentes do Congresso dos Estados Unidos foram presos nesta quarta-feira, 20, durante um protesto pacífico em apoio ao direito ao aborto em frente à Suprema Corte, após a histórica derrubada da histórica decisão do tribunal “Roe v Wade”, que garantia o acesso legal ao procedimento.

    Os políticos se reuniram em frente ao Capitólio americano antes de marchar para o prédio do tribunal, gritando “nossos corpos, nossa escolha” e “não vamos voltar”.

    O grupo, que incluía os proeminentes progressistas Alexandria Ocasio-Cortez, Ilhan Omar e Rashida Tlaib, que formam o popular grupo conhecido como “The Squad”, sentou-se no meio da rua como um ato de desobediência civil pacífica. Um grupo de policiais se reuniu em torno deles e transmitiu uma mensagem pré-gravada anunciando sua prisão iminente por bloquear a rua.

    Os policiais, então, prenderam os legisladores, algemando-os e levando-os para uma área isolada da rua.

    Uma transmissão ao vivo do protesto foi postada online pela CPD Action, o braço da organização de justiça social Center for Popular Democracy, que coordenou a manifestação.

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    A CPD Action disse que 18 membros do Congresso foram presos, sendo 17 mulheres (Andy Levin, do Michigan, era o único homem).

    Em comunicado, Carolyn Maloney, uma democrata de Nova York que também foi presa, disse: “Tenho o privilégio de representar um estado onde os direitos reprodutivos são respeitados e protegidos – o mínimo que posso fazer é colocar meu corpo em risco pelas 33 milhões de mulheres em risco de perder seus direitos”.

    Jackie Speier, uma representante da Califórnia que também foi presa, disse no Twitter: “Orgulhosa de marchar com minhas colegas democratas e ser presa pelos direitos das mulheres, direitos ao aborto, direitos das pessoas controlarem seus próprios corpos e o futuro e nossa democracia.”

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    Faz menos de um mês desde que a Suprema Corte revogou a decisão histórica Roe v Wade, de 1973, que protegia o direito ao aborto sob a constituição. O aborto agora é proibido ou ameaçado de ser proibido em 60% dos estados americanos.

    A reação contra a Suprema Corte, que agora é dominada por seis juízes conservadores, incluindo três nomeados por Donald Trump, se intensificou em maio, quando um rascunho da decisão de derrubar Roe vazou. Logo depois, o tribunal instalou uma cerca de segurança de mais de dois metros em torno do prédio.

    Após a divulgação da decisão oficial, protestos varreram os Estados Unidos, da costa leste a oeste, inclusive em grandes cidades de estados liderados por republicanos, como Missouri e Texas.

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    A Câmara aprovou projetos de lei anunciados por Joe Biden que oferecem proteções federais ao direito ao aborto, mas eles são amplamente simbólicos, já que o Senado igualmente dividido entre democratas e republicanos deve rejeitar os textos. Cada estado agora tem o direito de ditar a regulamentação do aborto.

    Analilia Mejia, co-diretora executiva do CPD Action, disse que o protesto “envia uma mensagem poderosa aos legisladores republicanos e [à Suprema Corte]: não vamos recuar”.

    + Ameaça de retrocesso nos EUA reforça a urgência do debate sobre aborto

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    “Nossos direitos, nossas liberdades e nossa autonomia reprodutiva são importantes. O aborto é saúde e um direito humano – e você não representa a grande maioria dos americanos que acreditam que nós, não o governo, devemos ditar nossas próprias decisões de saúde”.

    As pesquisas mostram maiorias consistentes a favor da legalização do aborto em pelo menos alguns casos.

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