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EUA bloqueiam na ONU nota que condena uso de mercenários na Venezuela

Aliada do regime de Nicolás Maduro, Rússia acusa governos americano e colombiano de articular golpe

Por Da Redação
Atualizado em 21 Maio 2020, 12h28 - Publicado em 21 Maio 2020, 11h45

Os Estados Unidos bloquearam nesta quarta-feira, 21, um comunicado de imprensa proposto pela Rússia ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que condenava o uso de uma força de mercenários na Venezuela, supostamente contratada pela oposição, com o objetivo de depor o presidente, Nicolás Maduro.

“Convocamos todos os participantes da discussão de hoje a condenar de forma inequívoca a tentativa de invasão do território soberano da Venezuela”  disse o vice-embaixador da Rússia, Dimitri Polyansky, que atribuiu a iniciativa aos Estados Unidos e à Colômbia durante videoconferência do Conselho aberta ao público.

“Hoje, queremos perguntar: Qual é o verdadeiro objetivo do desfile da Marinha americana no Caribe? Há mais mercenários ‘em terra’ na Venezuela? Quem é responsável pelos ataques à infraestrutura-chave venezuelana, incluindo as redes de energia?”, completou, em referência à presença da frota naval dos Estados Unidos na região.

A embaixadora americana na ONU, Kelly Craft, rebateu as alegações russas e rejeitou a aprovação do comunicado pelo Conselho. Segundo Craft, a denúncia venezuelana apresentada em carta ao Conselho é “uma compilação de acusações fantásticas e mentiras demonstráveis”. Ela argumentou que a Rússia e Cuba são os países que “enviam com regularidade oficiais militares e mercenários àquele país”.

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O governo venezuelano acusa a oposição de ter articulado com mercenários americanos a queda de Maduro. No início de maio, tropas do governo entraram em confronto com homens armados que tentavam entrar no país pelo mar. Pelo menos oito pessoas foram mortas e 13 acabaram presas, entre as quais dois veteranos americanos que combateram no Iraque.

Maduro apresentou os passaportes apreendidos dos americanos e posteriormente liberou os depoimentos, nos quais os veteranos admitiam a culpa. Nos Estados Unidos, o jornal The Washington Post publicou um contrato de 41 páginas assinado pelo autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, e pela empresa de segurança privada Silvercorp. Guaidó nega participação no episódio.

“Enfrentamos um ataque armado iminente, que, por seus efeitos genocidas, equivale a um crime contra a humanidade”, acusou no Conselho o embaixador venezuelano, Samuel Moncada, afirmando que há mais mercenários no país.

Os Estados Unidos e a Colômbia, de onde os barcos com os mercenários teriam partido, negaram terem feito parte do esquema. O embaixador americano no Brasil, Todd Chapman, disse que a operação é uma “distração”, enquanto Guaidó afirma que tratou-se de um plano de Maduro para se fortalecer.

No entanto, Juan Rendón, conselheiro do presidente interino, renunciou ao cargo após admitir que esteve em contato com a Silvercorp. Já Sergio Vergara, deputado e membro da oposição, renunciou a sua cadeira de membro integrante da comissão venezuelana para Estratégia de Crise.

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(Com AFP)

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