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EUA anunciam delegação oficial para posse de Lula; Veja quem ficou de fora

Além da secretária do Interior americana, Deb Haaland, que já havia sido confirmada, outros funcionários proeminentes da Casa Branca virão ao Brasil

Por Amanda Péchy
Atualizado em 22 dez 2022, 16h25 - Publicado em 22 dez 2022, 16h15

Quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o segundo turno da eleição presidencial contra o presidente Jair Bolsonaro (PT), em novembro, muito se especulou sobre a vinda de autoridades dos Estados Unidos à sua posse, para requentar laços estremecidos durante a gestão anterior. Nesta quinta-feira, 22, o presidente americano Joe Biden divulgou a delegação completa que irá a Brasília – e a lista de nomes é, de certa forma, decepcionante.

Bolsonaro foi eleito no segundo ano de mandato do ex-presidente Donald Trump, a quem admirava e tentava reproduzir à imagem e semelhança. Não à toa, recebeu na mídia internacional o apelido de “Trump dos Trópicos” – e não era um elogio. Quebrando a tradição de seus sucessores, cujas primeiras viagens internacionais geralmente priorizavam aliados na América Latina, Bolsonaro escolheu visitar os States, indicando um realinhamento das relações exteriores brasileiras.

Quando Biden foi alçado à Casa Branca, em um pleito que chamou a atenção pelo tom de repúdio ao trumpismo (semelhante ao que aconteceu com o bolsonarismo no Brasil), as relações diplomáticas entre Brasília e Washington, contudo, esfriaram. Não só o americano foi reticente em colaborar com o fã de seu arqui-inimigo, mas as diferenças de valores – em especial sobre a proteção da democracia – tornaram-se discrepantes.

As principais visitas de autoridades americanas ao Brasil foram motivadas não por cooperação internacional ou comércio, mas por preocupações com a ameaça de Bolsonaro às instituições democráticas. Foi marcante quando o diretor da CIA, William Burns, realizou uma reunião secreta com o gabinete do presidente para repreender suas alegações infundadas de fraude eleitoral e questionamentos sobre a legitimidade de urnas eletrônicas.

Após dois anos tensos, foi quase possível escutar o alívio de Biden nas entrelinhas de um comunicado emitido após a vitória de Lula.

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“Parabéns a Luiz Inácio Lula da Silva por ser eleito o próximo presidente do Brasil após um processo eleitoral livre, justo e confiável. Espero trabalhar juntos para continuar a cooperação entre nossos países nos próximos meses e anos”, escreveu o democrata.

Em publicação nas redes sociais, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, também parabenizou o “povo brasileiro por exercer seu direito de voto e reafirmar a força de sua democracia”.

“Esperamos dar continuidade à nossa forte parceria com o presidente eleito, Lula, enquanto construímos um hemisfério mais democrático, próspero e equitativo”, escreveu.

A empolgação das mensagens foi tanta que até especulou-se que o próprio presidente Biden poderia trocar a Casa Branca pelo Palácio da Alvorada no dia 1º de janeiro. Depois, a equipe de Lula e a mídia baixaram as expectativas, já que era improvável que o líder da maior economia do mundo deixasse os Estados Unidos enquanto lida com uma crise inflacionária em casa e uma guerra no continente europeu.

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Surgiu, fulguroso, então, o nome da vice-presidente Kamala Harris, já que um de seus principais papéis na função é supervisionar alianças de Washington na América Latina – especialmente no que diz respeito à onda imigratória que inunda o país por sua fronteira sul, com o México. Mas nem ela estará presente.

A delegação presidencial que Biden selecionou para participar da posse de Lula, segundo divulgado nesta quinta-feira, inclui nomes menores que o inicialmente esperado. Como já havia sido reportado pela agência de notícias Reuters, a líder do grupo é a democrata Deb Haaland, secretária do Interior dos Estados Unidos.

Ao seu lado, estará Douglas Koneff, encarregado de Negócios da embaixada americana em Brasília e principal autoridade do país no Brasil. Ele e Lula já haviam se encontrado anteriormente em setembro, segundo informou a embaixada à VEJA, para abordar possíveis temas de uma agenda bilateral.

Juan González, assistente especial do presidente e diretor sênior para Assuntos do Hemisfério Ocidental, cargo ligado ao Conselho de Segurança Nacional, completa a delegação.

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Quando Biden ainda não havia sido eleito e Bolsonaro estava no poder, González lançou uma previsão de que a relação do Brasil com os Estados Unidos iria se deteriorar em caso de vitória do democrata. Passados dois anos, a conjectura se realizou. Resta ver o que será do laço agora que, de volta à agenda regular, Lula parece pronto para se realinhar com os colegas de esquerda na América Latina – incluindo os que o presidente americano, que se pinta como defensor da democracia, julga autoritários, como o venezuelano Nicolás Maduro. Quem, aliás, está tentando de tudo para comparecer à posse do antigo aliado.

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