Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Etiópia declara estado de emergência e pede que cidadãos peguem em armas

Medida foi anunciada após forças insurgentes declararem que estão ganhando território e considerando marchar para a capital, Adis Abeba

Por Da Redação 2 nov 2021, 17h45
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O governo central da Etiópia declarou nesta terça-feira, 2, estado de emergência nacional, devido aos confrontos na região do Tigré, após forças insurgentes declararem que estão ganhando território e considerando marchar para a capital, Adis Abeba. O anúncio ocorre dois dias depois de o primeiro-ministro Abiy Ahmed pedir que cidadãos peguem em armas para se defenderem da Frente Popular de Libertação do Tigré (FPLT), que luta há um ano contra o governo federal.

    Publicidade

    O estado de emergência restringe a realização de protestos e proíbe a disseminação de informação ou propaganda de apoio a grupos considerados terroristas, como os rebeldes do Tigré. Além disso, é proibido o porte de armas por pessoas que não estejam autorizadas pelas autoridades nacionais.

    Publicidade

    Por essa razão, autoridades da capital etíope pediram na manhã desta terça-feira para cidadãos registrarem suas armas e se prepararem para cooperar com forças da segurança para defender suas vizinhanças.

    “Todos os residentes devem organizar-se em blocos e bairros para proteger a paz e a segurança nas suas áreas, em coordenação com as forças de segurança”, disse o chefe do departamento de paz e segurança, Kenea Yadeta. “Os jovens da cidade serão recrutados e organizados para trabalhar em coordenação com as forças de segurança”.

    Publicidade

    No domingo, 31 o primeiro-ministro já  havia pedido para todos colocarem de lado os assuntos cotidianos para poderem se unir e organizar para lutar contra a FPLT, que dominou a política etíope por quase 30 anos, mas perdeu boa parte de sua influência em 2018, com a eleição do atual premiê.

    Continua após a publicidade

    Avanços da FPLT

    A medida desta terça-feira veio por ordem do Conselho de Ministros do país e, segundo o ministro da Justiça, Gedion Timotios, tem objetivo de conseguir conter as forças rebeldes da região e evitar a desintegração do país.

    Publicidade

    “Nosso país enfrenta uma grave ameaça a sua existência, soberania e unidade. E não podemos dissipar esta ameaça através dos atuais sistemas e procedimentos de aplicação da lei”, afirmou.

    O ministro também afirmou que quem violar as medidas pode enfrentar de três a 10 anos de prisão, por ofensas como apoio financeiro, material ou moral a “grupos terroristas”.

    Publicidade

    Nos últimos dias, a FPLT, partido que governa a região desde novembro do ano passado, anunciou a tomada das cidades de Dessie e Kombolcha, ambas situadas em Amhara e localizadas a menos de 400 quilômetros de Adis Abeba.

    Continua após a publicidade

    A ofensiva rebelde realizada em Amhara aconteceu depois de vários dias de bombardeios contra Mekele, capital do Tigré, e outras áreas da região, realizados pelo governo da Etiópia e aliados.

    Publicidade

    A guerra entre a FPLT e o Executivo central etíope eclodiu em 4 de novembro do ano passado, quando o primeiro-ministro do país ordenou uma ofensiva contra os insurgentes, em represália a um ataque contra uma base militar federal, e enviou tropas para o Tigré. 

    Desde então, houve uma escalada na tensão política e uma onda de protestos, com o registro de milhares de mortos e milhões de deslocados na região do Tigré. Mais de 2,5 milhões de pessoas foram forçadas a fugir de suas casas e cerca de 75.000 etíopes já fugiram para o Sudão.

    Segundo a Organização das Nações Unidas, o cenário criou uma situação de fome e insegurança alimentar para centenas de milhares de pessoas. 

    Continua após a publicidade

    Junto a isso, a Etiópia viveu mais de duas décadas de guerra com a Eritreia. Estima-se que cerca de 100 mil pessoas tenham morrido em disputas fronteiriças desde 1998. Para alcançar a paz na região, a Etiópia cedeu um território ao país vizinho, em uma das primeiras medidas de Ahmed como premiê, após assumir o cargo em abril de 2018.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.