Em pronunciamento na noite deste domingo 20, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, classificou como uma “guerra” a situação do país diante de um processo de convulsão social iniciado por protestos pelo aumento do preço de passagens de metrô. O governo cancelou o aumento do valor no sábado, mas os atos acompanhados de violência seguem em todo país. Até o momento, foram registradas sete mortes.
“Estamos em guerra contra um inimigo poderoso, que está disposto a usar a violência sem nenhum limite”, declarou Piñera, que disse esperar uma continuidade à onda de violência no início da semana. “Amanhã [segunda-feira] vamos ter um dia difícil. Estamos muito conscientes de que [os autores dos distúrbios] têm um grau de organização e de logística próprias de uma organização criminal”, completou o mandatário.
“Ganharemos a batalha”, disse Piñera em outra fala neste domingo.
Segundo as autoridades, 1.462 pessoas foram presas no país. O governo decretou toque de recolher ao longo do final de semana, em meio ao “estado de emergência” vigente em cinco regiões do país. Os protestos já são considerados os mais violentos desde o retorno da democracia após o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
Neste domingo, um novo “panelaço” se transformou em enfrentamentos com forças especiais da polícia e militares, que repeliram os ataques com bombas de gás lacrimogêneo e jatos d’água.
O ministro do Interior do país, Andrés Chadwick, fez um balanço deste domingo e disse que aconteceram mais de 70 “eventos graves de violência”, entre os quais mais de 40 saques a supermercados, lojas e outros estabelecimentos.
Chadwick estimou o número de mortos em sete, embora possa ser mais, já que três mortos foram confirmados pela manhã e horas mais tarde, bombeiros informaram sobre cinco corpos encontrados após um incêndio em uma loja na comuna de Renca, em Santiago. Além disso, segundo o ministro, aconteceram 152 detenções.