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Estados Unidos pedem extradição de Julian Assange

Jornalista preso em Londres é investigado por Washington pelo vazamento de documentos confidenciais sobre as guerras no Afeganistão e Iraque

Por Da Redação
Atualizado em 11 abr 2019, 13h21 - Publicado em 11 abr 2019, 10h05

Os Estados Unidos pediram a extradição de Julian Assange, informou a polícia britânica, após a prisão do fundador do Wikileaks na embaixada do Equador em Londres na manhã desta quinta-feira, 11.

“O fundador do Wikileaks está detido em nome das autoridades dos Estados Unidos e em virtude da Seção 73 da Lei de Extradição. (Ele) está em custódia policial e vai depor à Corte de Magistrados de Westminster (Londres) o mais rápido possível”, afirmou um porta-voz da polícia.

Assange refugiou-se na embaixada do Equador em Londres há quase sete anos, para escapar da extradição para a Suécia, onde era investigado por crimes sexuais. Essa investigação foi mais tarde suspensa, mas o fundador da Wikileaks permaneceu recluso na embaixada por temer ser extraditado para os Estados Unidos.

Assange é investigado pelas autoridades americanas pela divulgação de centenas de milhares de documentos confidenciais em 2010 e pelo seu papel na divulgação de e-mails do Partido Democrata nas eleições de 2016.

O jornalista australiano foi preso nesta quinta após o governo do Equador retirar seu asilo diplomático. Ele foi levado sob custódia para uma delegacia central de Londres e será encaminhado para o Tribunal de Magistrados de Westminster, segundo as autoridades.

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O relacionamento de Assange com o Equador entrou em colapso depois que Quito o acusou de vazar informações sobre a vida pessoal do presidente Lenín Moreno.

O líder equatoriano divulgou um vídeo em que explica que o asilo ao jornalista se tornou “insustentável” por causa do “comportamento agressivo” do australiano em relação ao Equador e por suas “violações” de acordos internacionais.

Moreno afirmou que pediu ao Reino Unido que garantisse que Assange não será extraditado para um país onde possa enfrentar tortura ou a pena de morte. “O governo britânico confirmou isso por escrito, de acordo com suas próprias regras”, disse.

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Histórico

O pedido de asilo de Assange ao Equador aconteceu após o fim de um longo processo de extradição para a Suécia nos tribunais britânicos. Como a Grã-Bretanha se negava a dar salvo-conduto para que ele deixasse a embaixada e seguisse para o Equador, Assange seguia morando no local, em um impasse que já durava mais de seis anos.

O processo por abusos sexuais foi encerrado, mas o ativista permaneceu recluso na embaixada por temer uma investigação dos Estados Unidos.

No ano de 2010, o Wikileaks divulgou mais de 90.000 documentos confidenciais relacionados a ações militares de Washington no Afeganistão e cerca de 400.000 documentos secretos sobre a guerra no Iraque, em um dos maiores vazamentos de dados secretos da história.

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Parte do material foi entregue ao Wikileaks pela soldado Chelsea Manning — na época Bradley Mannning. Ela foi presa e condenada em 2013 nos Estados Unidos a 35 anos de prisão por violação da Lei de Espionagem.

Manning passou sete anos na cadeia, até ser indultada em 2017 pelo então presidente Barack Obama.

Recentemente, Assange passou a ser criticado por democratas nos Estados Unidos por supostamente beneficiar a Rússia com vazamentos de material confidencial. Em 2016, ele divulgou e-mails da campanha da então candidata à Presidência Hillary Clinton obtidos quando hackers russos invadiram os computadores do Comitê Nacional Democrata.

(Com Reuters)

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