Os Estados Unidos inauguraram nesta segunda-feira (14) sua embaixada em Jerusalém, após o reconhecimento da cidade como capital de Israel pelo presidente Donald Trump.
A cerimônia oficial de abertura contou com a presença do premiê israelense Benjamin Netanyahu, do embaixador americano em Israel, David Friedman, da filha e do genro do presidente americano, Ivanka Trump e Jared Kushner, além de outras autoridades americanas e israelenses.
Em uma mensagem gravada e transmitida durante a solenidade, Donald Trump defendeu mais uma vez sua decisão de transferir a embaixada para Jerusalém, afirmando que “os Estados Unidos permanecem totalmente comprometidos com a facilitação de um acordo de paz duradouro”.
“Israel é uma nação soberana, com o direito, como qualquer outra nação, a determinar sua própria capital”, afirmou. “Os Estados Unidos sempre serão um grande amigo de Israel e um parceiro na causa pela liberdade e pela paz”, completou no fim da mensagem.
Em seu discurso, Benjamin Netanyahu agradeceu muito aos americanos por seu apoio. “Não temos amigos melhores no mundo. Vocês apoiam Israel e apoiam Jerusalém. Obrigada”, afirmou o premiê aos representantes da delegação americana.
Cerca de 800 pessoas foram convidadas para a cerimônia de abertura oficial nesta segunda-feira. O líder da delegação americana é o vice-secretário de Estado americano John Sullivan. Também estava presente em Israel o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.
Além de Trump e Netanyahu, o embaixador Friedman, líderes religiosos e Jared Kushner discursaram durante a cerimônia.
No primeiro momento, a nova embaixada ficará dentro da já existente seção de vistos do consulado-geral dos Estados Unidos, no bairro de Arnona, em Jerusalém Ocidental. O prédio sofreu adaptações para receber o embaixador David Friedman e sua equipe. Mas a maior parte da burocracia ainda ficará nos escritórios em Tel Aviv.
Em até um ano, as obras de ampliação do espaço da embaixada devem começar. O objetivo é construir uma sede própria para a representação diplomática em até dez anos.
O status de Jerusalém é, talvez, o problema mais delicado do conflito palestino-israelense. Israel considera a cidade inteira sua capital, enquanto os palestinos consideram Jerusalém Oriental como a capital de seu futuro Estado.
Os Estados Unidos são o primeiro país a ter em Israel sua máxima representação diplomática desde 2006, depois que os países retiraram sua respectiva embaixada a pedido da comunidade internacional, por causa da anexação israelense da parte ocupada palestina em 1980, uma ação que não é reconhecida internacionalmente.
Nesta semana, Guatemala e Paraguai também abrirão embaixadas em Jerusalém.
Protestos e confrontos
Protestos na fronteira de Israel com a Faixa de Gaza contra a mudança da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém deixaram ao menos 52 pessoas mortas e outras 500 feridas, segundo as autoridades palestinas.
As Forças Armadas israelenses acusaram o movimento Hamas, que controla Gaza, de instigar os palestinos a tentar violar a fronteira de Israel, e disseram que soldados israelenses usaram munição real para detê-los.
Os palestinos se reuniram em diversos pontos próximos à fronteira e pequenos grupos se aproximaram da cerca de segurança vigiada por soldados israelenses. Os grupos tentaram avançar contra a barreira e lançaram pedras na direção dos soldados, que responderam com tiros.
A manifestação estava planejada para o dia seguinte, quando relembram o dia do Nakba — que em árabe significa o Dia da Catástrofe —, declarado um dia depois da independência de Israel, em 1948.
Pelo Twitter, Trump celebrou a mudança da embaixada e afirmou que este “é um grande dia para Israel”, apesar dos confrontos violentos na Faixa de Gaza.
Durante o evento, os presentes constantemente gritavam o nome de Trump e aplaudiam o presidente.
Medidas de segurança
As unidades especias de Israel, a polícia de fronteira, a polícia e o Exército israelense estão em alerta máximo. Eles foram distribuídos na fronteira com Gaza e Cisjordânia, bairros em Jerusalém Oriental e no entorno da nova embaixada americana.
Segundo o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld, mais de 1.000 policiais estão participando da operação de segurança, que vai durar toda a semana. Os próximos dias são considerados um período “sensível”, já que além da abertura da embaixada estão programados celebrações de 70 anos da independência de Israel e protestos pelo Nakba, palavra usada pelos palestinos para marcar a data e que significa “catástrofe” ou “desastre”.