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Espanha, Colômbia e Chile criticam prisão de jornalistas na Venezuela

Cinco repórteres estrangeiros, um jornalista venezuelano e um motorista estão presos em Caracas

Por Da Redação
Atualizado em 31 jan 2019, 10h22 - Publicado em 31 jan 2019, 09h49

Espanha, Colômbia e Chile protestaram contra a prisão de jornalistas de seus países em Caracas, na Venezuela, nos últimos dias.

Desde terça-feira 29, a tensão política no país sul-americano chegou à imprensa estrangeira: dois jornalistas franceses, dois colombianos e um espanhol permanecem detidos e dois chilenos foram deportados nesta quarta-feira 30, após passarem 14 horas sob a custódia das autoridades.

Os colombianos e o espanhol trabalhavam para o escritório da agência EFE em Bogotá. Os franceses eram repórteres do Quotidien, um popular programa do canal de televisão TMC, enquanto os chilenos atuavam para a emissora pública TVN.

O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo, exigiu a libertação imediata dos jornalistas.

“O governo colombiano rejeita a detenção arbitrária, na Venezuela, de dois jornalistas e fotógrafo da EFE: os colombianos Maurén Barriga e Leonardo Muñoz, e o espanhol Gonzalo Domínguez. Exigimos a imediata libertação e respeito por suas vidas”, afirmou Trujillo, no Twitter.

O presidente colombiano, Iván Duque, entrou em contato com a Agência EFE para expressar sua solidariedade e preocupação de seu governo com os três jornalistas.

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Em comunicado, o governo da Espanha afirmou que desde que teve conhecimento da prisão, por meio da embaixada em Caracas, está fazendo todo o necessário para conseguir a libertação de seu cidadão “o mais breve possível”.

Antes da deportação dos jornalistas chilenos, o presidente Sebastian Piñera também criticou o governo venezuelano pela repressão à imprensa. “A liberdade de imprensa é outra das vítimas na Venezuela”, escreveu Piñera no Twitter.

Além dos jornalistas estrangeiros, o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP, em espanhol) da Venezuela, também denunciou a prisão de dois venezuelanos: Rolando Rodríguez e José Salas.

Rodríguez atuava como produtor para os franceses na Venezuela e Salas como motorista para o grupo de jornalistas da agência EFE.

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As prisões

Três repórteres da agência espanhola EFE e um motorista da empresa foram presos na quarta-feira 30 em Caracas, segundo a diretora da agência na Venezuela, Nélida Fernández.

Os detidos são os colombianos Leonardo Muñoz (fotógrafo) e Mauren Barriga (cinegrafista) e o repórter espanhol Gonzalo Domínguez, que chegaram a Caracas procedentes de Bogotá em 24 de janeiro, além do motorista venezuelano.

Barriga e Domínguez ficaram sob custódia de agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), que os aguardavam no hotel em que estavam hospedados, indicou Fernández.

Segundo fontes diplomáticas, os franceses Pierre Caillé e Baptiste des Monstiers, repórteres do Quotidien, e seu produtor venezuelano, foram interceptados quando gravavam imagens dos arredores do Palácio presidencial de Miraflores.

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“Dois jornalistas da nossa equipe foram presos ontem na Venezuela. Estavam lá para cobrir a crise política (…) É difícil dizer mais por conta do risco de piorar a situação. Pensamos neles”, reportou a conta no Twitter do Quotidien.

Na terça-feira à noite também foram detidos nas proximidades de Miraflores dois repórteres do canal público chileno TVN, Rodrigo Pérez e Gonzalo Barahona, junto com os comunicadores venezuelanos Maikel Yriarte e Ana Rodríguez, que os acompanhavam.

O governo de Maduro ordenou a deportação de Pérez e Barahona depois de “inexplicáveis 14 horas de prisão”, informou o chanceler chileno, Roberto Ampuero. Yriarte e Rodríguez foram previamente libertados.

Yriarte disse que as autoridades alegaram que os repórteres estavam em uma “zona de segurança”.

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“É o que as ditaduras fazem: pisotear a liberdade de imprensa, silenciar a liberdade com violência. Apenas agradecer pelos nossos compatriotas voltarem ao Chile sãos e salvos”, escreveu Ampuero no Twitter.

O secretário-geral da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Christophe Deloire, denunciou as prisões. “São detenções extremamente inquietantes em um momento crucial. Já conhecemos as práticas do regime de Nicolás Maduro em matéria de detenções arbitrárias”, ressaltou.

O principal responsável da RSF lembrou que tanto os jornalistas da EFE como os dois franceses “não são representantes dos Governos espanhol e francês e não devem ser atores ou vítimas da crise política”.

Justificativa venezuelana

O chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, comentou o tópico afirmou nesta quarta-feira que os jornalistas de meios de comunicação estrangeiros e agências que visitam o país devem cumprir as permissões e “trâmites indispensáveis” para realizar sua cobertura na Venezuela.

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“Como em qualquer país do mundo, os jornalistas não podem atribuir a si mesmos uma credencial. Meios de comunicação e agências internacionais sabem que para evitar inconvenientes desnecessários devem realizar os trâmites indispensáveis nos consulados, antes de sua viagem ao país”, escreveu Arreaza em sua conta no Twitter.

Em outra mensagem, acrescentou que “alguns jornalistas estrangeiros ingressaram” na Venezuela “de forma irregular sem cumprir previamente com a respectiva solicitação da licença de trabalho” nos consulados.

“Vários tentaram entrar no palácio presidencial sem credenciamento”, disse o diplomata, sem mencionar a prisão ou a identidade dos jornalistas detidos nos últimos dias.

(Com EFE e AFP)

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