Esnobada por tradicionalistas, Domino’s Pizza é ‘expulsa’ da Itália
Planos iniciados em 2015 eram de abrir até 880 lojas, mas, nesta semana, últimas 29 fecharam as portas
Depois de sete turbulentos anos, as últimas 29 lojas da rede americana Domino’s Pizza fecharam na Itália, depois de muitos avisos, incluindo de acionistas, de que seria um mercado quase impossível de se consolidar. A informação foi publicada em relatório da empresa na segunda-feira, 8.
Os planos eram de abrir até 880 lojas, mas, devido à dura competição de restaurantes locais que expandiram seus serviços de delivery durante a pandemia, a empresa buscou proteção dos credores depois de ficar sem dinheiro e ficar para trás em suas obrigações de dívida.
“Atribuímos a questão ao nível significativamente maior de competição no mercado de entrega de comidas, tanto com cadeias organizadas e restaurantes ‘caseiros’ que fazem delivery, quanto serviços e restaurantes reabrindo no cenário pós-pandemia e consumidores mais cautelosos com gastos”, afirmou a ePizza em relatório a investidores sobre seus resultados no quarto trimestre de 2021.
A rede entrou na Itália em 2015 com um acordo de franquias com a ePizza SpA e planejava se distinguir das pizzarias locais ao fornecer um serviço de delivery consolidado em todo o território nacional, além de sabores mais “exóticos” que os tradicionais italianos. Por lá, há quem arregale os olhos para pizzas com abacaxi, por exemplo.
Na época, o CEO da Domino’s Pizza, Richard Ellison, que atuava como presidente de operações internacionais, já havia reconhecido a dificuldade de entrar no mercado italiano.
O anúncio do fechamento das portas em todo o país segue uma decisão de abril de tribunal em Milão que concedeu proteção contra credores por 90 dias. As medidas, que impediam os credores de exigir o pagamento da dívida ou confiscar os ativos da empresa, expiraram em 1º de julho.
No final de 2020, a empresa tinha cerca de 10,6 milhões de euros em dívidas, de acordo com relatório anual de auditoria.