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Escócia inclui direitos LGBT na grade curricular das escolas públicas

Iniciativa é pioneira no mundo e tem o objetivo de promover a igualdade; 9 entre 10 estudantes gays dizem ter sofrido preconceito no país

Por Da Redação
Atualizado em 12 nov 2018, 22h29 - Publicado em 12 nov 2018, 16h11
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  • A Escócia será pioneira no ensino dos direitos LGBT nas escolas, um fato que os impulsionadores da  campanha Time for Inclusive Education (“É Hora de uma Educação Inclusiva”, em tradução livre) qualificaram como “momento histórico”.

    A iniciativa vai na direção oposta da orientação do presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), que critica a presença da disciplina de educação sexual nos currículos. Bolsonaro também denunciou o livro Aparelho Sexual e Cia., de Helene Bruller, como parte do que chama de “kit gay”. Ao contrário de suas menções, a obra não foi comprada pelo Ministério da Educação, mas sim pelo Ministério da Cultura, para consultas em bibliotecas.

    A campanha escocesa prevê a inclusão dos conhecimentos que fomentam a igualdade no currículo escolar de forma imediata, segundo o governo regional, presidido pela líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP, na sigla em inglês), Nicola Sturgeon.

    O vice-primeiro-ministro e responsável pela área de Educação, John Swinney, declarou diante do Parlamento escocês que todas as escolas públicas receberão os recursos necessários para adotar essas doutrinas, que serão agrupadas em vários temas, entre os diferentes grupos etários.

    As temáticas a serem tratadas em salas de aula incluirão a terminologia, as identidades e a história dos movimentos LGBT. Também serão abordados a homofobia, a bifobia, a transfobia e os preconceitos em relação às pessoas que se declaram LGBT. A finalidade é a promoção da educação em igualdade.

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    Jordan Daly, cofundador da campanha, qualificou a decisão governamental como uma “vitória monumental” para seu movimento. O governo regional aceitou todas as suas recomendações. Ele avalia este momento como “histórico”, em termos sociais.

    “A implementação da educação inclusiva LGBT em todas as escolas públicas é uma novidade no mundo. Em um momento de incerteza global, isso envia uma mensagem forte e clara aos jovens LGBT daqui da Escócia”, afirmou Daly.

    Um estudo elaborado pela Time for Inclusive Education revelou que nove em cada dez pessoas do coletivo LGBT na Escócia foram vítimas de preconceito nas escolas e 27% declararam ter tentado o suicídio após sofrer algum tipo de intimidação.

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    Para Swinney, a Escócia já é um dos territórios “mais progressistas da Europa em termos de igualdade LGBT” e agora será o primeiro a “ter uma educação inclusiva LGBT, integrada no currículo”.

    “Nosso sistema educacional deve apoiar todos os estudantes para que alcancem seu máximo potencial. Por isso, é vital que o currículo seja tão diversificado como os jovens que aprendem em nossas escolas”, afirmou o vice-primeiro-ministro escocês e responsável pela Educação.

    A Escócia, historicamente, é uma das regiões europeias mais avançadas em relação à proteção legal das pessoas LGBT, apesar de ter descriminalizado o comportamento homossexual apenas em 1980, treze anos depois de Inglaterra e País de Gales.

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