A polícia do Equador comunicou nesta quarta-feira, 26, que 11 corpos e 29 restos mortais foram encontrados após um motim entre gangues chegar ao fim em uma prisão na cidade de Guayaquil. O informe não divulgou, contudo, o número de baixas de agentes penitenciários. Na véspera, uma operação militar foi realizada em diferentes penitenciárias para libertar dezenas de guardas que foram feitos reféns pelos criminosos.
“Estamos realizando uma coleta e verificação do exterior e do interior para poder determinar exatamente quantos corpos existem”, disse o diretor de Segurança Cidadã e Ordem Pública da polícia, ao destacar que os restos mortais estão sendo analisados para verificar se fazem parte dos corpos recuperados.
O número de mortos contabilizado pelos policiais está em desacordo com os oferecidos pela Procuradoria-Geral do país. Na terça-feira, o órgão governamental relatou que 31 prisioneiros haviam sido mortos na briga entre rivais. O embate tomou conta de cinco prisões, onde guardas foram mantidos contra a própria vontade, enquanto uma greve de fome foi iniciada em outras 12, já suspensa em algumas delas, segundo o Serviço Penitenciário do Equador (Snai).
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O Snai informou, ainda, que 17 agentes foram mantidos como reféns na cidade de Esmeraldas e que mais de 100 guardas foram libertados em prisões ao redor do país. Apenas na prisão de Turi, em Cuenca, 53 agentes foram detidos pelos prisioneiros, de acordo com a governadora da província de Azuay, Consuelo Orellana.
Em Guayaquil, epicentro do conflito, mais de 2 mil militares foram enviados para atuar em uma operação de segurança na terça-feira. Ao final, armas de alto calibre, como lançadores de granadas, além de drogas, celulares e coletes à prova de balas foram apreendidos. As brigas entre gangues tornaram-se frequentes devido à superlotação em uma grande parcela dos presídios equatorianos, o que impossibilitaria que rivais fossem separados em alas diferentes.
Uma das prioridades do governo do presidente do Equador, Guillermo Lasso, é combater a violência em todo o país, incluindo os centros de detenção. Após uma série de assassinatos no último fim de semana, ele declarou estado de emergência e toque de recolher em três províncias a partir desta segunda-feira, perdurando por 60 dias. Entre os mortos está o prefeito de Manta, Agustín Intriago, de 38 anos.