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Enviados de 20 países, incluindo Brasil, se reúnem para pressionar Israel a parar guerra em Gaza

Países fazem parte do 'Grupo de Madri', que busca a implementação da solução de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina

Por Sara Salbert Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 Maio 2025, 11h26

Representantes de 20 países, incluindo o Brasil, se reuniram neste domingo, 25, em Madri, capital da Espanha, em uma tentativa de pressionar Israel a interromper sua ofensiva militar na Faixa de Gaza. Trata-se do quinto encontro do “Grupo de Madri”, também conhecido como G5+, que reúne países comprometidos com a implementação da solução de dois Estados para o conflito israelo-palestino.

“O único interesse de todos nós que estamos reunidos aqui hoje é pôr fim a esta guerra injusta, cruel e desumana de Israel em Gaza, quebrar o bloqueio à ajuda humanitária e avançar definitivamente para uma solução de dois Estados”, disse à repórteres o Ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, antes da reunião.

Albares se referiu a Gaza como uma “ferida aberta na humanidade” que ataques israelenses fazem vítimas todos os dias. Ele também alertou que o silêncio é “cúmplice deste massacre”. Mais de 53 mil palestinos foram mortos desde o início da guerra entre Israel e o grupo palestino radical Hamas, em outubro de 2023.

Além disso, o ministro espanhol defendeu a suspensão do acordo UE-Israel caso o país não interrompa sua ofensiva militar no enclave, que foi intensificada recentemente apesar das críticas internacionais. Por sua vez, o primeiro-ministro da Palestina, Mohammad Mustafa, disse que esperava que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estivesse presente e chamou o país de “uma importante parte interessada no Oriente Médio”.

“Gostaríamos de vê-los engajados o máximo possível. Seus esforços em relação ao cessar-fogo em Gaza são apreciados”, afirmou Mustafa. “Portanto, esperamos que mais engajamento, um engajamento positivo por parte dos EUA traga ajuda, paz e estabilidade para a região.”

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Posicionamento do Brasil

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, participou do encontro em Madri. Em nota, o Itamaraty disse que o chanceler brasileiro “defendeu o reconhecimento internacional do Estado da Palestina e sua admissão como membro pleno da ONU como passos indispensáveis ​​para iniciar a implementação da solução de dois Estados”. O ministro também criticou a “inação da comunidade internacional diante da tragédia humanitária em Gaza”.

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O posicionamento do governo brasileiro ocorre um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenar o ataque aéreo israelense que matou 9 dos 10 filhos do casal de médicos Alaa al-Najjar e Hamdi al-Najjar na sexta-feira.

“Já não se trata de direito de defesa, combater o terrorismo ou buscar a libertação dos reféns no poder do Hamas. O que vemos em Gaza hoje é vingança”, disse o presidente em nota divulgada pelo Palácio do Planalto. O Brasil reconhece o Estado palestino desde 2010 e defende solução de dois Estados.

Na semana passada, o país foi convidado para copresidir um grupo de trabalho das Nações Unidas que discutirá a criação de um Estado palestino. Também estavam presentes na reunião representantes de países europeus, como França, Reino Unido, Alemanha, Espanha e Itália, bem como enviados do Egito, Jordânia, Arábia Saudita, Turquia, Marrocos. Além deles, lideranças da Liga Árabe e da Organização de Cooperação Islâmica participaram. 

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Pressão internacional

Na semana passada, a União Europeia (UE) anunciou que revisará os laços comerciais com Israel devido à crise humanitária palestina, resultado da campanha militar israelense na Faixa de Gaza. A chefe de política externa do bloco, Kaja Kallas, afirmou que Comissão Europeia, braço executivo da UE, reavaliará o Acordo de Associação UE-Israel, que regula as relações políticas e econômicas entre os dois lados através do livre comércio. A decisão, segundo ela, foi aprovada por uma “forte maioria” dos ministros dos 27 países membros.

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“A situação em Gaza é catastrófica. A ajuda que Israel permitiu a entrada é, obviamente, bem-vinda, mas é uma gota no oceano. A ajuda deve fluir imediatamente, sem obstrução e em grande escala, porque é disso que precisamos”, disse Kallas a repórteres em Bruxelas.

A movimentação da UE ocorreu um dia após o governo britânico suspender as negociações de livre comércio com Israel e impor novas sanções contra assentamentos na Cisjordânia. Na segunda-feira, 19, Reino Unido, França e Canadá ameaçaram “ações concretas” contra Israel em comunicado. O trio se opôs “a qualquer tentativa de expandir os assentamentos na Cisjordânia” e afirmou que, apesar de apoiar o direito de defesa israelense, não ficaria “de braços cruzados enquanto o governo (de Benjamin) Netanyahu realiza essas ações atrozes”.

O alerta foi seguido por uma declaração conjunta assinada por 22 países, que exige que Israel passe a “permitir a retomada total da ajuda a Gaza imediatamente e permitir que a ONU e as organizações humanitárias trabalhem de forma independente e imparcial para salvar vidas, reduzir o sofrimento e manter a dignidade”.

“Quero deixar registrado hoje que estamos horrorizados com a escalada de Israel”, reforçou o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, ao Parlamento do Reino Unido nesta terça-feira. “Precisamos coordenar nossa resposta, porque esta guerra já dura tempo demais. Não podemos permitir que o povo de Gaza morra de fome.”

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Starmer repetiu o apelo para um cessar-fogo em Gaza e argumentou que uma trégua era a única forma de libertar os reféns mantidos pelo grupo palestino radical Hamas. Ele disse que a quantidade básica de ajuda humanitária permitida por Israel é “completamente inadequada”.

As críticas apontam para um aumento do tom da comunidade internacional contra a campanha militar israelense em Gaza. Ainda na segunda-feira, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez, também apelou para que Israel seja excluído de eventos culturais internacionais. Ele destacou que não se deve “permitir padrões duplos, nem mesmo na cultura” e criticou aqueles que defendem “um setor cultural insípido, silencioso e equidistante”.

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