A embaixada finlandesa em Moscou recebeu uma carta na quinta-feira, 14, contendo um pó desconhecido, de acordo com a agência de notícias russa RIA. A desconfiança entre os países cresceu com a entrada da Finlândia, no início de abril, na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), maior aliança militar ocidental.
Compondo o quadro como 31º membro da Otan, a Finlândia divide uma extensa fronteira terrestre com a Rússia, fonte de preocupação para ambos os Estados. Em março, o governo finlandês iniciou a construção de uma barreira de 200 km em parte do trecho compartilhado.
Segundo a agência de notícias, a embaixada recebeu três cartas no total, mas apenas uma incluía o pó. O incidente, então, foi reportado para o Ministério das Relações Exteriores russo e para “órgãos representativos oficiais da Rússia, que estudarão o assunto”.
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A invasão à Ucrânia, em fevereiro do ano passado, rompeu a tradição de sete décadas de não alinhamento militar da Finlândia. O país, que já repeliu uma tentativa de invasão soviética, manteve laços amigáveis com Moscou no pós-Segunda Guerra Mundial.
Vizinha da Finlândia, a Rússia condenou a adesão à aliança e afirmou que isso aumentaria o risco de conflito. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, emitiu uma série de alertas e disse que Moscou “será forçada a tomar medidas para assegurar a segurança” no local.
Após a aprovação do Parlamento local em março, autoridades submeteram a candidatura para integrar a Otan, que foi aceita no início do mês. O país participa do pacto de defesa coletiva desde então. Em caso de ataque, soldados da Otan são automaticamente convocados para intervir e para defender o território.