Os ministros das Relações Exteriores do G7, grupo das maiores economias do mundo, divulgaram nesta quarta-feira, 8, uma declaração conjunta pedindo uma pausa humanitária na Faixa de Gaza e um início de um processo de paz para a guerra Israel-Hamas. Reunidos no Japão, os chanceleres dos Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá não mencionaram, porém, um cessar-fogo, medida que está na pauta de vários líderes mundiais críticos aos bombardeios e invasão terrestre israelenses no território palestino.
Os diplomatas se encontraram por dois dias em Tóquio. Ao final do evento, reiteraram na declaração o direito de defesa de Israel. Ao mesmo tempo, enfatizaram a necessidade de proteção aos civis em meio ao conflito, bem como de cumprir as leis do direito humanitário internacional.
“Acredito que é importante que o G7 tenha sido capaz de transmitir a sua primeira mensagem unificada”, disse a ministra das Relações Exteriores do Japão, Yoko Kamikawa.
Ainda não estão claros, entretanto, os efeitos práticos da declaração. O comunicado conjunto não especifica como esse processo de paz poderia ser implementado nem no que consistiria. Também não detalha como as negociações entre os dois lados da guerra poderiam ser estabelecidas, ou quem seria o mediador para que isso pudesse ocorrer.
Após um mês de guerra, qualquer forma de diálogo parece distante. Após demonstrações de apoio ao redor do globo diante dos ataques brutais de 7 de outubro, que deixaram 1.400 israelenses mortos, enquanto outros 240 civis foram sequestrados, Israel tem recebido críticas pela sua resposta, com alguns líderes mundiais e órgãos internacionais acusando o país de fazer uma “punição coletiva” contra o povo palestino.
Desde o início da guerra, mais de 10,5 mil palestinos morreram em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. Quase metade das vítimas são crianças, ainda segundo a pasta, embora os dados não tenham sido verificados por órgãos independentes.
Maior aliado de Israel, os Estados Unidos ressaltaram desde o início do conflito o direito de Tel Aviv de se defender e reagir aos atentados, embora tenham pressionado o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a permitir pausas temporárias nas batalhas para a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. A ausência de menção à autodefesa foi a justificativa para o veto americano à proposta de resolução do Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas.