Em português, Brigitte Macron agradece aos brasileiros pelo apoio
Primeira-dama que foi alvo de ofensa de Jair Bolsonaro; episódio ressaltou atrito entre presidentes do Brasil e da França
A mulher do presidente da França, Brigitte Macron, agradeceu aos brasileiros nesta quinta-feira, 29, pelo apoio após sido alvo de comentário ofensivo do presidente Jair Bolsonaro.
“Apenas queria dizer, já que vejo que há câmeras, duas palavras para os brasileiros e as brasileiras, em português: ‘Muito obrigada!’ Muito, muito obrigada a todos que me apoiaram”, declarou a primeira-dama da França durante uma visita ao norte do país. “Espero que ouçam isso. Me emocionou muito”, acrescentou ela, mais tarde, ao se referir ao apoio de muitos brasileiros, após o episódio envolvendo Bolsonaro.
No último sábado 24, o presidente brasileiro respondera ao comentário de um seguidor no Facebook, que comparara a mulher de Macron a Michelle Bolsonaro, que é 29 anos mais jovem que a francesa. “Agora entende por que Macron persegue Bolsonaro?”, escreveu o seguidore. “Não humilha cara. Kkkkkkk”, respondeu Bolsonaro.
Imediatamente, mulheres brasileiras compartilharam mensagens de reprovação à declaração de Bolsonaro, com a hashtag #DesculpaBrigitte, que também foi reproduzida em francês como #PardonBrigitte. Na terça-feira 27, o jornal francês Le Parisien disse que a primeira-dama havia se emocionado com essa repercussão nas redes sociais.
O comentário de Bolsonaro deu-se dias antes do início da reunião de cúpula do G7, quando Emmanuel Macron apresentou proposta de tratar os atuais incêndios da Amazônia. Mesmo antes das notícias sobre as queimadas, ambos estavam em choque devido a suas visões opostas sobre a agenda ambiental.
As declarações ofensivas do brasileiro sobre a primeira-dama francesa levaram Macron a desejar abertamente, diante das câmeras do mundo inteiro, que o “povo brasileiro tenha muito rapidamente um presidente que se comporte à altura”.
Na quarta-feira 28, Bolsonaro retirou seu comentário ofensivo publicado no Facebook para “evitar que seja mal-interpretado”, alegou o Palácio do Planalto
(Com AFP)