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Em plena guerra, Ucrânia e Rússia se enfrentam em Roland Garros

Apesar da falta do aperto mãos no início da partida, Elina Svitolina chamou adversária russa de "corajosa" por criticar governo de Vladimir Putin

Por Da Redação
Atualizado em 6 jun 2023, 12h21 - Publicado em 5 jun 2023, 18h39

Em meio às tensões da guerra, a tenista ucraniana Elina Svitolina e a tenista russa Daria Kasatkina se encontraram no domingo, 4, para disputar o torneio de Roland Garros, em Paris, na França. Como forma de protesto contra a invasão do território da sua terra natal, Svitolina, que venceu a partida, tem se recusado a apertar a mão de adversárias russas e bielorrussas em campeonatos.

“Eu sou ucraniana. Estou defendendo meu país, fazendo todo o possível para apoiar homens e mulheres que estão agora na linha de frente lutando por nossa terra, nosso país”, disse. “Você pode imaginar uma pessoa na linha de frente olhando para mim e eu agindo como se nada estivesse acontecendo?”.

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A tenista ucraniana Elina Svitolina joga contra a tenista russa Daria Kasatkina na 4ª rodada da partida de Roland Garros, em Paris, na França. 04/06/2023 (Glenn Gervot/Icon Sportswire/Getty Images)

Substituindo o tradicional cumprimento, Kasatkina fez um sinal de positivo para a adversária ucraniana após perder a partida. Em outro momento, a russa foi alvo de vaias do público e disse estar deixando Paris com um “gosto amargo” pela atitude do público depois de ter sido “respeitosa ao posicionamento” tomado pela adversária.

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“Eu e a Elina mostramos respeito uma pela outra depois de uma partida difícil, mas sair de quadra daquele jeito foi a pior parte de ontem. Sejam melhores, amem-se. Não espalhe ódio. Tente tornar este mundo melhor”, escreveu Kasatkina nas suas redes sociais.

No ano passado, a tenista russa definiu o conflito na Ucrânia como um “pesadelo total”, durante uma série de entrevistas concedidas ao blogueiro Vitya Kravchenk. Kasatkina, que se assumiu lésbica na ocasião, reforçou seu desejo de que a guerra chegasse ao fim e criticou as políticas do Kremlin a respeito da comunidade LGBQIA+. Ela prestou, ainda, solidariedade aos moradores de regiões bombardeadas ao dizer que não conseguia “imaginar como não é ter um lar.”

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“Então, é claro, os jogadores da Ucrânia têm muitos motivos para não apertar nossas mãos. Eu aceito e é assim que é. É uma situação muito triste e eu entendo”, reforçou seu posicionamento no último mês.

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Primeira participação desde que se tornou mãe, Svitolina explicou que está focada nas próximas partidas e que não olha “muito para o futuro” para não perder o foco na competição. Apesar de ter permanecido firme na sua decisão, Svitolina chamou a sua oponente de “corajosa” por utilizar a sua plataforma para criticar o governo de Vladimir Putin, presidente russo.

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“Realmente grata pela posição que ela assumiu. Ela é [uma] pessoa muito corajosa para dizer isso publicamente, que nem tantos jogadores o fizeram”, expressou a ucraniana ao final da disputa.

A atleta ucraniana enfrentará a bielorrussa Aryna Sabalenka nas quartas de finais do torneio, prevista para esta terça-feira. Sabalenka relatou um clima de “ódio” nos vestiários destinado aos jogadores de países relacionados ao conflito e que não se sentia segura para participar de coletivas de imprensa.

“Sobre a situação da guerra, eu disse muitas, muitas vezes, ninguém neste mundo – atletas russos, atletas bielorrussos – apoia a guerra. Ninguém. Como podemos apoiar a guerra? Pessoas normais nunca irão apoiá-la”, destacou.

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