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Em nota conjunta, Brasil, Colômbia e México cobram atas eleitorais da Venezuela

Países afirmaram que impasse deve ser resolvido pela "via institucional" e que "princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado"

Por Paula Freitas Atualizado em 1 ago 2024, 19h22 - Publicado em 1 ago 2024, 19h07
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  • Em carta conjunta, Brasil, Colômbia e México pediram nesta quinta-feira, 1, que a Venezuela solucione as “controvérsias sobre o processo eleitoral”.

    No último domingo (28), o Conselho Nacional Eleitorla (CNE) anunciou que o presidente Nicolás Maduro havia sido reeleito com 51% dos votos.

    Os países também destacaram que o impasse deve ser resolvido pela “via institucional” e que “o princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados”.

    “Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação”, disseram os países na declaração.

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    Além disso, o comunicado apelou aos “atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos”.

    É uma referência aos protestos que explodiram no país desde o pleito do último domingo.

    O texto frisou, ainda, que “manter a paz social e proteger vidas humanas devem ser as preocupações prioritárias neste momento”.

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    “Que esta seja uma oportunidade para expressar, novamente, nosso absoluto respeito pela soberania da vontade do povo da Venezuela. Reiteramos nossa disposição para apoiar os esforços de diálogo e busca de acordos que beneficiem o povo venezuelano”, concluiu a nota.

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    Posicionamento de Lula

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), responsável por atestar novo mandatário, divulgue as atas. Em entrevista à TV Centro América, afiliada da Rede Globo, o petista disse que há nada “grave” no processo eleitoral venezuelano e que “é normal que tenha uma briga”.

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    “Como resolve essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça o processo. E vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Eu estou convencido que é um processo normal, tranquilo”, afirmou Lula.

    “Na hora que tiver apresentado as atas, e for consagrado que a ata é verdadeira, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral da Venezuela”, acrescentou.

    Antes da declaração de Lula, o Partido dos Trabalhadores (PT) declarou o triunfo de Maduro em nota, na qual reforçou que é “importante que o presidente Nicolás Maduro, agora reeleito, continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais”.

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    Por que oposição contesta resultados?

    Na madrugada desta segunda, o CNE, órgão federal controlado pela ditadura, apontou vitória de Maduro com 51% dos votos, contra 44% do candidato oposicionista, Edmundo González Urrutia, que substituiu María Corina Machado, vencedora das primárias da oposição, após ser inabilitada pelo regime chavista.

    Em contraste, levantamentos de boca de urna sugeriram que o rival de Maduro teria vencido o pleito com 65% de apoio, contra apenas 31% do líder bolivariano.

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    A oposição, por sua vez, alega que González teria recebido 73% dos votos, enquanto Maduro teria arrematado menos de 30%.

    O principal ponto de questionamento da oposição e da comunidade internacional é que o regime não divulgou os resultados na totalidade, sem a publicação das atas das zonas eleitorais – relatórios que reúnem informações de cada centro eleitoral.

     

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