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Em meio a protestos em Caracas, Guaidó jura como presidente interino

Mais de 100.000 pessoas marcham em Caracas em favor da renúncia de Nicolás Maduro, considerado 'usurpador' pela oposição

Por Denise Chrispim Marin Atualizado em 23 jan 2019, 16h58 - Publicado em 23 jan 2019, 16h13
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  • Mais de 100.000 pessoas se concentraram nas ruas de Caracas em manifestação pela renúncia do ditador Nicolás Maduro nesta quarta-feira, 23. O movimento de oposição está replicado em 23 estados da Venezuela. Os manifestantes consideram ilegítimo o atual mandato de Maduro, iniciado no último dia 10, assim como parte da comunidade internacional.

    Em Caracas, há 11 marchas em curso nesta tarde em diferentes pontos da cidade, que se movem para o palco montado na Plaza las Américas, de onde o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, fez um juramento solene como presidente interino da Venezuela. Portanto, como substituto de Maduro.

    “Hoje, 23 de janeiro de 2019, na minha condição de presidente da Assembleia Nacional, juro diante de Deus todo poderoso, da Venezuela e dos colegas deputados assumir formalmente as competências do Executivo Nacional como presidente interino da Venezuela”. 

    A Guarda Nacional Bolivariana (GNB) reage com violência. Lançou bombas de gás lacrimogêneo contra uma concentração da oposição no bairro de classe média de Paraíso, em Caracas. Na Plaza Venezuela, blindados, carros-pipa e tropas de choque estão de prontidão.

    Os protestos contra Maduro se mostram fortes nos estados de Zulia, na fronteira com a Colômbia, Mérida, Trujillo, Lara, Aragua e Carabobo. A imprensa local menciona haver uma pessoa detida nesta quarta-feira. Mas os líderes do movimento declaram que quatro manifestantes foram mortos em protestos da terça-feira e que 43 pessoas foram presas em Caracas e em Nova Espanha nas últimas 48 horas. Mas não há vítimas fatais das manifestações desta quarta-feira até o momento.

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    Pelo Twitter, Guaidó também divulgou fotos e motivou oposicionistas de todo o país a saírem para as ruas. Ele subiu ao palco às 12h35 (14h35, em Brasília), onde os familiares do deputado Juan Requesens, preso pelo regime, pediu um minuto de silêncio pelas vítimas da ditadura de Maduro.

    “Irmãos e irmãs, saibam muito bem que a violência é a arma do usurpador. A nossa, ao contrário, são as vozes de milhões de venezuelanos que hoje nos reencontraremos na rua, em paz, pela Venezuela”, afirmou Guaidó pelo Twitter pouco antes do início das manifestações.

    “No mundo inteiro, todos os venezuelanos saíram para levantar suas vozes. Isto é para libertar a Venezuela”, afirmou Maria Corina Machado, deputada da oposição cassada pelo regime em 2014.

    Apesar de as emissoras locais de televisão não mostrarem imagens das manifestações da oposição, os vídeos e fotografias se proliferam nas redes sociais, algumas delas compartilhadas por dirigentes opositores. O canal estatal VTV mantém uma transmissão ininterrupta dos atos governistas em Caracas, sob o lema “O Povo em Defesa da Paz e da Democracia”, como se nada estivesse acontecendo nas ruas da capital.

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    Marcha pró Maduro

    Centenas de chavistas também se manifestam nesta quarta-feira em Caracas em favor de Maduro. Um palanque foi montado para um possível discurso do presidente venezuelano, que seria também sua  primeira aparição pública em local aberto em meses. Mas há dúvidas sobre sua aparição.

    Maduro pediu ontem que os cidadãos se manifestassem pacificamente, sem deixar de advertir que o governo dos Estados Unidos e alguns setores da oposição venezuelana querem ver caos e violência durante os protestos. (Com EFE)

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