Em meio a apelos de desistência, Biden vai retornar a campanha na semana que vem
Democrata está afastado dos compromissos oficiais desde que testou positivo para covid

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve retornar à campanha eleitoral na semana que vem, informou a chefe de sua campanha de reeleição, Jen O’Malley Dillon, nesta sexta-feira, 19. O democrata está afastado dos compromissos oficiais desde quarta-feira, 17, quando testou positivo para covid-19.
“Ele está totalmente envolvido”, disse Jen O’Malley à emissora american MSNBC. “Estamos olhando para as pesquisas. Estamos vendo o que muitas pessoas estão vendo, é claro, mas também estamos olhando para muitos números que importam, sobre o que está acontecendo no fundo. Sabemos que o presidente tem que provar ao povo americano exatamente o que ele acredita, que ele está nisso para vencer, que ele pode fazer isso.”
Apesar de Biden estar enfrentando crescentes apelos para abandonar a pesquisa desde o debate do dia 27 de junho na CNN, na qual o mandatário tropeçou nas palavras e lutou para conseguir concluir seus pensamentos, Jen O’Malley afirmou que o presidente iria “com certeza” permanecer na corrida. No entanto, diversos oficiais democratas acreditam que sua saída é só questão de tempo.
Oficialização da candidatura
O Comitê do Partido Democrata adiou nesta quarta-feira os planos de oficializar a candidatura de Biden — um dia depois do Partido Republicano ter batido o martelo sobre a presença do ex-presidente Donald Trump na corrida eleitoral. Nesta sexta-feira, os democratas vão se reunir para discutir um processo de votação virtual para antecipar a nomeação oficial do mandatário antes da convenção presencial do partido, que começa em 19 de agosto em Chicago.
O voto virtual é considerado uma controvérsia no partido, com alguns argumentando que é uma maneira de tornar o mandatário o indicado oficial o mais rápido possível. O presidente do Partido Democrata, Jaime Harrison, afirmou que a medida é uma forma de lidar com uma lei de Ohio que pode manter o nome de Biden fora das cédulas de votação caso ele não fosse indicado até o dia 7 de agosto, antes da convenção de Chicago. Entretanto, o governador do estado, Mike DeWine, um republicano, assinou um projeto de lei que estende o prazo até o dia 31 de agosto.
“Na sexta-feira, proporemos uma estrutura para a melhor forma de proceder”, disse uma carta do Partido Democrata. “Na próxima semana, faremos um acompanhamento com uma segunda reunião para considerar e adotar regras específicas para esse propósito. Não importa o que possa ser relatado, nossa meta não é acelerar.”
Ainda não está claro como o processo de sua nomeação se desenrolaria se Biden abandonasse a tentativa de reeleição. Alguns democratas já começaram a anunciar que são contra a permanência de Biden na disputa, lançando inclusive um anúncio na televisão que pedia para que o líder “passasse o bastão”. Outros grandes nomes do partido, como a ex-presidente da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi e o ex-mandatário americano Barack Obama afirmaram que Biden deve repensar sua candidatura.
Recentemente, o líder democrata afirmou que desistiria da corrida caso fosse diagnosticado com uma “condição médica” que tornasse isso necessário. Segundo o jornal americano The New York Times, pessoas próximas do presidente afirmaram que ele tinha começado a aceitar a ideia de desistir de disputar as eleições. A reflexão de Biden marca uma possível reviravolta, já que, por semanas, ele insistiu em que permaneceria na disputa.