Em uma guerra contra a Disney, o governador da Flórida, Ron DeSantis, está sendo acusado de utilizar a fonte popularizada pelo logotipo da empresa em bonés vendidos na sua campanha. O episódio aconteceu durante uma turnê do seu novo livro, The Courage to Be Free, na Carolina do Sul.
Nas redes sociais, o caso repercutiu e usuários do Twitter apontaram a semelhança do design do boné com a logo da empresa e reconheceram isso como um tipo de provocação do governador, apontado como um dos nomes fortes do Partido Republicano para a disputa presidencial do ano que vem. Embora a mercadoria não esteja veiculada oficialmente à campanha do político, muitos internautas também afirmaram a possibilidade de a empresa processar o governador por plágio.
these hats ripping off Disney's logo were sold during a DeSantis book tour even last week in South Carolina (Getty) pic.twitter.com/q8dh4DXDHA
— Aaron Rupar (@atrupar) April 27, 2023
Entretanto, a Disney está processando DeSantis por outo motivo. Na última quarta-feira, a empresa entrou com um processo que afirma que a aquisição do distrito de parques temáticos pelo republicano foi uma “campanha direcionada de retaliação do governo” depois que a Disney se opôs a uma lei que os críticos chamam de “Não diga gay”.
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“A Disney lamenta ter chegado a esse ponto”, disse a divisão de parques do conglomerado no processo. “A empresa não tem escolha a não ser abrir este processo para proteger seus membros do elenco, convidados e parceiros de desenvolvimento local de uma campanha implacável de uso do poder do governo contra a Disney em retaliação por expressar uma opinião política impopular com certos funcionários do estado.”
O conflito começou em 2022, depois que a Disney, após muita pressão popular, se opôs a uma lei estadual que estendeu para todas as séries escolares uma lei que proibia aulas obre orientação sexual e identidade de gênero para alunos com nove anos ou menos. Logo depois, DeSantis assumiu o controle do distrito autônomo da Disney World e nomeou um novo conselho de supervisores que cuidaria dos serviços municipais nos parques temáticos.
No entanto, antes da chegada do novo conselho, a Disney chegou a um acordo de última hora delineando o escopo do desenvolvimento no distrito e dando à empresa o direito de revisar quaisquer mudanças nas propriedades dentro de seus limites. Dessa forma, os poderes dessa nova diretoria foram limitados.
Na última quarta-feira 26, DeSantis disse que o movimento da Disney para manter o controle sobre sua propriedade foi ilegal e realizado sem aviso prévio.
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O CEO da empresa, Bob Iger, disse que qualquer ação contra a empresa que ameace empregos ou expansão em seu resort na Flórida não é apenas “anti-negócios”, mas também “anti-Flórida”.
Na disputa eleitoral, que DeSantis pretende participar pela vaga republicana para as eleições de 2024, a briga com a Disney parece estar surtindo efeito. De acordo com a pesquisa Reuters/Ipsos, a batalha melhorou a sua imagem com 44% dos republicanos e piorou com 37%. A pesquisa também mostrou que cerca de 78% dos americanos estão cientes das disputas entre DeSantis e a Disney, mas quase metade não sabe dizer quem está ganhando.