Em corrida com Índia, Rússia vai lançar primeiro módulo lunar desde 1976
Lançamento originalmente planejado para outubro de 2021 foi adiado por quase dois anos
![This handout photograph taken and released by the Russian Space Agency Roscosmos on August 7, 2023, shows technicians finishing to assemble a Soyuz 2.1b rocket carrying the Luna-25 lander ahead of its launch scheduled for August 11, 2023, at the Vostochny cosmodrome, some 180 km north of Blagoveschensk, in the Amur region. Russia said on August 7, 2023 it plans to launch a lunar lander later this week after multiple delays, hoping to return to the Moon for the first time in nearly fifty years. (Photo by Handout / Russian Space Agency Roscosmos / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT "AFP PHOTO / Russian Space Agency Roscosmos / handout" - NO MARKETING NO ADVERTISING CAMPAIGNS - DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/08/000_33QP4H6.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
A Rússia vai lançar a sua primeira espaçonave de pouso lunar em 47 anos na próxima sexta-feira, 11, em uma corrida com a Índia para o polo sul da Lua. O lançamento vai acontecer quatro semanas depois que Nova Délhi enviou seu módulo lunar Chandrayaan-3, que deve pousar no satélite natural em 23 de agosto.
A agência espacial russa Roscosmos disse que a espaçonave Luna-25 levaria cinco dias para voar até a lua e depois passaria de cinco a sete dias em órbita lunar. Depois disso, ela vai descer em um dos três possíveis locais de pouso.
O cronograma russo sugere que poderia igualar ou vencer por pouco a Índia na superfície da lua. Apesar disso, a Roscosmos disse que as duas missões não iriam atrapalhar uma à outra porque têm diferentes áreas de pouso planejadas.
+ Índia faz lançamento histórico de espaçonave com destino à Lua
“Não há perigo de que eles interfiram ou colidam. Há espaço suficiente para todos na lua”, afirmou a agência.
O terreno acidentado dificulta o pouso, mas o polo sul é um destino valioso porque os cientistas acreditam que pode conter quantidades significativas de gelo que podem ser usadas para extrair combustível e oxigênio, bem como para beber água. Em abril, a japonesa ispace falhou em uma tentativa de fazer o primeiro pouso lunar por uma empresa espacial privada.
O Chandrayaan-3 deve realizar experimentos por duas semanas, enquanto o Luna-25 vai trabalhar no local por um ano. Com uma massa de 1,8 tonelada e carregando 31 kg de equipamento científico, o módulo russo vai usar uma pá para colher amostras de rocha de até 15 cm de profundidade para testar a presença de água congelada que poderia sustentar a vida humana.
+ Rússia oferece ao Brasil módulo em futura estação espacial
“A lua é o sétimo continente da Terra, então estamos simplesmente ‘condenados’, por assim dizer, a domá-la”, disse Lev Zeleny, pesquisador espacial da Academia Russa de Ciências.
O lançamento, originalmente planejado para outubro de 2021, foi adiado por quase dois anos. A Agência Espacial Europeia planejava testar sua câmera de navegação Pilot-D conectando-a ao Luna-25, mas rompeu seus laços com o projeto depois do início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022.