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Em convenção, Kamala fala em governar ‘para todos’ e de risco da volta de Trump

Vice-presidente aceitou oficialmente a indicação do Partido Democrata para concorrer à Casa Branca

Por Da Redação Atualizado em 23 ago 2024, 00h44 - Publicado em 23 ago 2024, 00h18
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  • No discurso mais importante de sua carreira até agora, Kamala Harris aceitou oficialmente a nomeação do Partido Democrata para concorrer à presidência dos Estados Unidos nesta quinta-feira, 22, na convenção da sigla em Chicago. A vice-presidente dos EUA prometeu que, se eleita, governará para todos os americanos, atacou o rival, Donald Trump, declarou que vai fortalecer a classe média e brigar pelos direitos das mulheres, incluindo o de abortar.

    Kamala começou agradecendo seu marido, Douglas Emhoff, o presidente americano, Joe Biden, que desistiu de disputar a reeleição, abrindo caminho para ela, o candidato a vice na sua chapa, Tim Walz, e os delegados do partido.

    Em seguida, Kamala falou sobre sua família e sua infância mudando de casa pelo país por causa dos trabalhos dos pais, o divórcio deles e o fato de ter sido criada por sua mãe, Shyamala Gopalan Harris, que imigrou para os Estados Unidos da Índia na juventude. “Ela era durona, era corajosa, abria caminho na luta pelos direitos das mulheres”, disse Kamala. “Ela também nos ensinou: não faça nada pela metade’.”

    A candidata democrata então lembrou a escolha pelo trabalho de promotora e contou a história de uma amiga, no ensino médio, que estava sendo abusada pelo padrasto. “Essa foi uma das razões pelas quais me tornei promotora, para proteger pessoas como Wanda, porque acredito que todos têm direito à segurança, à dignidade e à justiça.”

    A vice-presidente dos EUA então aceitou a indicação do Partido Democrata, afirmando que o fazia “em nome do povo, em nome de cada americano, independentemente de partido, raça, gênero ou da língua que sua avó fala, em nome da minha mãe e de todos que já partiram em sua própria jornada improvável em nome dos americanos”.

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    Kamala prometeu que, se eleita, será uma presidente para todos os americanos: “Serei uma presidente que nos une em torno de nossas maiores aspirações. Uma presidente que lidera — e escuta. Que é realista, prática e que tem bom senso. E sempre luta pelo povo americano. Do tribunal à Casa Branca, esse tem sido o trabalho da minha vida”.

    Ataque a Trump

    A candidata, então, mirou o rival, o republicano Donald Trump, afirmando que sua volta seria “extremamente preocupante”. “De muitas maneiras, Donald Trump é um homem pouco sério. Mas as consequências de colocar Donald Trump de volta na Casa Branca são extremamente sérias”, afirmou.

    “Quando ele perdeu [a eleição de 2020], ele enviou uma multidão armada ao Capitólio dos Estados Unidos, onde eles agrediram policiais. Quando políticos de seu próprio partido imploraram para que ele afastasse a multidão e enviasse ajuda, ele fez o oposto”, afirmou Kamala, lembrando o episódio do 6 de janeiro.

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    “Considere o que ele pretende fazer se lhe dermos poder novamente”, continuou. “Considere sua intenção explícita de libertar extremistas violentos que agrediram os policiais no Capitólio. Sua intenção explícita de prender jornalistas, oponentes políticos e qualquer um que ele veja como inimigo, sua intenção explícita de mobilizar nossas forças armadas ativas contra nossos próprios cidadãos.”

    Classe média e aborto

    De olho nos eleitores da classe média, Kamala enfatizou que fez parte desse grupo. “Não vamos voltar ao passado, e estamos traçando um novo caminho, em direção a um futuro com uma classe média forte e crescente, porque sabemos que uma classe média forte sempre foi essencial para o sucesso da América, e construir essa classe média será um objetivo definidor da minha presidência.”

    Segundo Kamala, sua mãe tinha “um orçamento limitado” enquanto criava as filhas. “Ela esperava que nós aproveitássemos as oportunidades e fôssemos gratas. Ela nos ensinou que as oportunidades não estão disponíveis para todos. Por isso nós vamos criar uma economia de oportunidades”, disse.

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    A democrata falou sobre os direitos reprodutivos e responsabilizou Trump pela decisão da Suprema Corte de revogar a jurisprudência do caso Roe vs Wade, que garantia o direito ao aborto em todo o país. “Nos últimos dois anos, viajei pelo país, e mulheres me contaram suas histórias. Maridos e pais compartilharam suas histórias de mulheres abortando em um estacionamento, desenvolvendo sepse, perdendo a capacidade de ter filhos novamente.”

    Kamala afirmou que, “quando o Congresso aprovar um projeto para restaurar a liberdade reprodutiva, como presidente dos Estados Unidos, vou assinar com orgulho para que vire lei”.

    Guerra em Gaza

    Kamala afirmou que ela e Biden estão trabalhando por um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. Ela defendeu que Israel tem direito de se defender do ataque do Hamas, mas disse que o que vem acontecendo no enclave nos últimos dez meses é “devastador”.

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    “Tantas vidas inocentes perdidas, pessoas desesperadas e famintas fugindo em busca de segurança, repetidamente, a escala do sofrimento é de partir o coração”, disse. “O presidente Biden e eu estamos trabalhando para acabar com essa guerra para que Israel esteja seguro, os reféns sejam libertados, o sofrimento em Gaza acabe e o povo palestino realize seu direito à dignidade, segurança, liberdade e autodeterminação.”

    Kamala finalizou o discurso retomando lições que aprendeu de sua mãe. “Nossos adversários estão lá fora todos os dias denegrindo os Estados Unidos. Minha mãe tinha outra lição, ela costumava ensinar: ‘Nunca deixe ninguém lhe dizer quem você é, você mostra a eles quem você é’. Vamos mostrar uns aos outros e ao mundo quem somos e o que defendemos: liberdade, oportunidade, compaixão, dignidade, justiça e infinitas possibilidades”, afirmou.

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