Eleições no Equador: Moreno ganha, mas Lasso pede impugnação
Candidato governista anuncia vitória no pleito presidencial, mas seu opositor não reconhece resultado
Com cerca de 97% das urnas apuradas, o candidato governista, Lenin Moreno, anunciou a vitória no segundo turno das eleições presidenciais do Equador, realizadas no domingo. Seu concorrente, o oposicionista Guillermo Lasso, no entanto, não reconhece o resultado. Dados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) dão a Moreno 51% dos votos ante 49% de Lasso.
Lasso anunciou que pedirá a impugnação de todos os votos e uma segunda contagem. Ele disse ter provas de que houve fraude e pediu aos seus simpatizantes que façam uma vigília, para “evitar que se instale um governo ilegítimo no Equador”.
Enquanto partidários de Lasso convocavam uma “paralisação geral cívica”, o presidente Rafael Correa comemorava a vitória de seu candidato. “A revolução voltou a triunfar no Equador. A direita derrotada, apesar de seus milhões e sua imprensa”, escreveu Correa no Twitter.
Tensão
Pela primeira vez, em uma década, foi necessário o segundo turno para definir quem presidirá o Equador. O cargo tem sido ocupado pelo economista Rafael Correa, que em maio conclui seu terceiro e último mandato consecutivo.
A votação do domingo — assim como o primeiro turno em fevereiro — foi acirrada. Na reta final, a campanha foi marcada pela troca de acusações e a polarização. O administrador cadeirante Moreno prometeu continuar a “Revolução Cidadã” e ampliar os planos sociais de Correa, de quem foi vice-presidente. O ex-banqueiro conservador Lasso se postulou como o candidato da mudança e propõe reduzir impostos. As últimas pesquisas de opinião, publicadas antes da eleição, previam empate técnico.
Moreno acusou Lasso de manipular os dados para instalar a suspeita de fraude. Já Lasso citou três pesquisas de boca de urna que asseguravam sua vitória e disse que telefonou para o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, para informar sobre a situação. Nessa segunda-feira, o Conselho Permanente da OEA se reunirá para discutir a crise institucional na Venezuela.
(Com Agência Brasil)