‘Ele pensa exatamente como eu’, diz Lula sobre novo chefe do Exército
Na Argentina, presidente também criticou Jair Bolsonaro por não respeitar 'a Constituição e as Forças Armadas'
Em justificativa à chegada do general Tomás Paiva, anunciado no sábado como o novo comandante do Exército no lugar do também general Júlio César de Arruda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que teve uma “boa conversa” com o novo chefe das forças e que “Paiva pensa exatamente como eu em tudo que eu tenho falado das Forças Armadas”.
“As Forças Armadas não servem a um político, elas não existem para servir um político. Elas existem para assegurar a soberania do nosso país, sobretudo contra possíveis inimigos externos e para assegurar a tranquilidade do povo brasileiro”, disse o mandatário durante entrevista à imprensa em Buenos Aires, ao lado do presidente argentino, Alberto Fernández, nesta segunda-feira, 23.
Segundo o presidente, houve também um fenômeno recente no país, à medida que o ex-presidente Jair Bolsonaro “não respeitou a Constituição e as forças”.
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“O Bolsonaro conseguiu a maioria em todas as forças militares. Da polícia dos estados, à polícia rodoviária, uma parte da polícia militar, e uma parte das Forças Armadas”, disse. “Isso é reconhecido por qualquer cidadão que faça política no Brasil. Agora temos um papel de muita responsabilidade, que é fazer com que o país volte à normalidade e as forças policiais e militares voltem à normalidade.”
Nesta segunda-feira, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, se encontrou com Tomás Paiva para uma conversa, mas ressaltou que não passou nenhuma orientação ao novo chefe do Exército sobre como lidar com as tropas. O ministro reforçou que houve uma quebra de confiança na relação com o agora ex-comandante desde a questão dos acampamentos de golpistas diante de quartéis do Exército e “a questão do dia 8”, quando bolsonaristas promoveram atos terroristas nas sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Ao ser indagado se o novo comandante se comprometeu com ele a tratar essa questão com rigor, Múcio disse que não, que ele prometeu “servir ao país” no comando do Exército.