Um tribunal do Egito determinou que o navio Ever Given, que ficou encalhado por seis dias no Canal de Suez, seja confiscado até que a empresa proprietária pague 900 milhões de dólares (5,1 bilhões de reais) como forma de compensação pelos prejuízos causados.
A embarcação encalhou e bloqueou a rota no final de março, após ser atingido por uma tempestade de vento inesperada. O canal só foi liberado seis dias depois. O Ever Given, porém, ainda se encontra na região, esperando a liberação das autoridades egípcias.
A Autoridade do Canal de Suez (SCA, na sigla em inglês) exige o pagamento da compensação milionária para permitir a saída da navio. O confisco temporário foi requerido pela SCA em ação apresentada no tribunal econômico de Ismailia.
O cargueiro de quase 400 metros está atualmente ancorado no chamado Grande Lago Amargo, um lago salgado situado entre o sul e o norte do Canal de Suez. “O navio permanecerá aqui até que uma investigação seja concluída e a indenização seja paga”, disse Osama Rabie, presidente da SCA, à televisão estatal egípcia.
Em entrevista ao jornal The Wall Street Journal, Rabie afirmou que a cifra será usada para cobrir despesas com equipamento e maquinário, recuperar danos causados ao canal e compensar cerca de 800 pessoas que trabalharam na liberação.
O incidente com o Ever Given bloqueou a passagem de navios em ambas as direções do canal por quase uma semana e causou um grande congestionamento. O último dos 422 navios que ficaram presos na região aguardando a liberação só passou pela hidrovia em 3 de abril, cinco dias após a movimentação do cargueiro.
A autoridade do canal estima o que o bloqueio causou um dano de 1 bilhão de dólares (5,7 bilhões de reais) ao comércio global. De acordo com a companhia financeira Refinitiv, com sede em Londres, a interrupção ainda gerou perdas em taxas equivalentes a 95 milhões de dólares para o Estado egípcio.