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Egito congela mediação entre Israel e Hamas após ataque em Beirute

Explosão com drone na capital libanesa matou o número dois da ala política do grupo militante palestino Hamas, Saleh al-Arouri

Por Da Redação
Atualizado em 7 Maio 2024, 16h39 - Publicado em 3 jan 2024, 12h13

O governo do Egito informou Israel por vias oficiais que irá congelar sua participação nas negociações entre Israel e grupos palestinos para libertações de reféns mantidos na Faixa de Gaza, de acordo com fontes egípcias citadas pela rede israelense Kan nesta quarta-feira, 3. A decisão se dá um dia após um ataque com drone em Beirute, capital do Líbano, matar o número dois da ala política do grupo militante palestino Hamas, Saleh al-Arouri.

Ao longo de novembro e dezembro, o Egito teve importante papel, junto dos Estados Unidos e do Catar, no acordo de trégua que levou à soltura de 105 pessoas sequestradas pelo Hamas e de 240 palestinos presos por Tel Aviv.

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De acordo com a rede Kan, uma delegação israelense, que inclui o responsável pelo caso de pessoas desaparecidas e sequestradas, interrompeu uma visita iniciada na terça-feira que tinha objetivo de discutir esforços de mediação para um novo acordo de troca de prisioneiros.

O assassinato

O número dois da ala política do grupo militante palestino Hamas, Saleh al-Arouri, morreu na terça-feira 2 após um ataque israelense com drone em Beirute, segundo a agência de notícias Reuters. Israel não negou nem confirmou o ataque, mas Mark Regev, um conselheiro do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, disse à rede americana MSNBC que “quem fez, precisa ser claro: este não é um ataque ao Estado libanês”.

Acusado por Israel e pelos Estados Unidos de financiar e supervisionar operações militares do Hamas na Cisjordânia ocupada, al-Arouri, de 58 anos, era cofundador da ala militar do Hamas, as Brigadas Izzedine Al-Qassam.

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O primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, condenou a explosão como um “novo crime israelense” e disse se tratar de uma tentativa de levar o Líbano à guerra.

A região de Dahiyeh, na capital libanesa, também tem forte presença do Hezbollah, uma organização muçulmana xiita designada como organização terrorista por países ocidentais, por Israel, pelos países do Golfo Árabe e pela Liga Árabe. Financiada pelo Irã, é uma das forças militares não estatais mais fortemente armadas do mundo.

Pouco antes da virada do ano, o ministro sênior israelense Benny Gantz, membro do gabinete emergencial montado para a guerra, afirmou que a situação da fronteira do país com o Líbano “precisa mudar”, indicando a possibilidade de uma escalada militar com o grupo armado Hezbollah.

A repórteres, Gantz disse que a chance de uma solução diplomática para as disputas entre Israel e grupos armados no sul do Líbano está se afastando cada vez mais.

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“A situação na fronteira norte de Israel precisa mudar”, disse Gantz em entrevista coletiva. “O cronômetro para uma solução diplomática está se esgotando, se o mundo e o governo libanês não agirem para impedir os disparos contra os residentes do norte de Israel e para distanciar o Hezbollah da fronteira, os [militares israelenses] farão isso”.

Guerra recente

Em 2006, uma guerra em larga escala entre o Hezbollah e Israel foi desencadeada quando o Hezbollah realizou um ataque mortal através da fronteira e tropas israelenses invadiram o sul do Líbano.

Israel e o Hezbollah, juntamente com um punhado de grupos armados menores que operam no sul do Líbano, trocam ataques bélicos desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, grupo militante palestino que controla a Faixa de Gaza que lançou um ataque ao sul de Israel que deixou mais de 1.100 mortos.

Desde então, Israel tem bombardeado Gaza numa campanha que já deixou mais de 21 mil mortos e deslocou quase todos os seus 2,3 milhões de residentes.

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Dezenas de milhares de pessoas em Israel e no Líbano também foram deslocadas, e mais de 150 pessoas, a maioria delas combatentes do Hezbollah, foram mortas no lado libanês desde o início dos intercâmbios, segundo um cálculo da agência de notícias AFP. O número inclui 20 civis, incluindo três jornalistas, disse a agência.

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