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Grande explosão em Beirute deixa 78 mortos

Imprensa local, citando ministro da Saúde e forças de segurança, diz que a detonação ocorreu em um armazém que guardava fogos de artifício

Por Da Redação
Atualizado em 4 ago 2020, 20h24 - Publicado em 4 ago 2020, 12h45

Uma explosão de grandes proporções atingiu o porto de Beirute, no Líbano, nesta terça-feira, 4. No total, 78 pessoas morreram e cerca de 4.000 ficaram feridas, segundo números oficiais do governo. A tendência é que esse número aumente, à medida que equipes de resgate ainda estão no local.

O chefe da Segurança Geral do Líbano, o general Abbas Ibrahim, afirmou que a explosão começou em um depósito no porto onde estavam armazenados materiais explosivos confiscados pelo governo há seis anos. O governo não informou os motivos pelos quais o material estava estocado, mas alertou contra “conclusões precipitadas” de que a explosão teria sido um ato terrorista.

Em uma entrevista à MTV libanesa, o ministro do Interior, Mohamed Fehmi, disse que o local armazenava “nitrato de amônia”. Em comentários publicados pela conta oficial da Presidência no Twitter, o presidente libanês, Michel Aoun, reforçou a fala de Fehmi, dizendo ser “inaceitável” que 2.750 toneladas de nitrato de amônia estivessem armazenadas no local por seis anos sem medidas de segurança corretas. O nitrato de amônia é um fertilizante químico e também um componente de explosivos.

Aoun convocou uma reunião de emergência com seu gabinete para a quarta-feira e afirmou que um estado de emergência deve ser declarado em Beirute por duas semanas. 

Vídeos publicados por usuários nas redes sociais mostram o armazém pegando fogo com luzes, parecidas com as de rojões, acendendo e apagando rapidamente. Logo depois o local é consumido por uma explosão. Há relatos, não confirmados, de uma segunda explosão no centro da capital.

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Por conta da explosão, Beirute foi declarada “zona de desastre” pelo Conselho Superior de Defesa libanês. 

O ministro da Saúde libanês, Hamad Hassan, informou que todos os hospitais da cidade foram instruídos a receber os feridos. O Exército também foi mobilizado, segundo a agência de notícias estatal NNA. Em um comunicado na TV, o presidente da Cruz Vermelha Libanesa, Georges Kettaneh, citou “centenas de feridos” e afirmou que muitos ainda estão presos em escombros de casas; outros estavam sendo resgatados por barcos. 

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De acordo com a emissora LBCI, o hospital Hotel Dieu recebeu mais de 500 feridos nas primeiras horas após a explosão e já estava sem capacidade para tratar outras pessoas. Dezenas precisaram de cirurgias, segundo a emissora.

“Vi uma bola de fogo e fumaça sobre Beirute. As pessoas estavam gritando, correndo e sangrando. Varandas de prédios foram destruídas. Vidro de prédios altos caíram e quebraram na rua”, disse uma testemunha das detonações à agência Reuters.

Em um discurso televisionado à nação, o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, prometeu que responsáveis serão levados à Justiça, dizendo que “esta catástrofe não ficará sem responsabilização”. Segundo ele, detalhes sobre o “perigoso armazém” ainda serão divulgados.

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Caldeirão de problemas

O Líbano vive hoje uma situação política, social e econômica grave. Após protestos em 2019, um novo governo foi formado com a proposta de implementar medidas que salvassem o país da crise. Além disso, as explosões ocorrem na mesma semana em que o Tribunal Especial para o Líbano (TSL), com sede em Haia, apoiado pelo governo e pela Organização das Nações Unidas (ONU), dará o veredito sobre o assassinato do ex-primeiro-ministro Rafic Hariri, em 2005.

Os réus são suspeitos de integrarem o braço armado do Hezbollah, que dentro do país é um partido político, e, 15 anos após o assassinato, continuam soltos. Junto a Hariri, outras 21 pessoas morreram quando um carro bomba explodiu.

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Uma segunda explosão, não confirmada, teria ocorrido próxima da casa do também ex-primeiro-ministro e filho de Rafic, Saad al-Hariri. Segundo a imprensa local, Saad está seguro.

(Em atualização)

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