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Dobra número de presos políticos em Cuba

A oposição denunciou o regime de Raul Castro por realizar 467 detenções arbitrárias em abril e manter 140 presos políticos

Por Da redação
9 Maio 2017, 16h32

A Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN), uma organização dissidente do governo de Raúl Castro, denunciou que ocorreram 467 detenções arbitrárias por motivos políticos em abril. O total de presos condenados por razões políticas dobrou em um ano e passou de 70 para 140.

Fundada há 20 anos por um grupo de ex-presos políticos e outros opositores ao governo de Cuba, a organização divulga relatórios mensais em que contabiliza dados sobre a repressão no país. Elizardo Sánchez, porta-voz da CCDHRN, aponta uma mudança na forma de enfrentamento do governo. “A repressão política está mais difundida por todo o país. Mas está mais seletiva e menos ‘barulhenta’. O regime de Raúl Castro utiliza, cada vez mais, a repressão preventiva na forma de ameaças da polícia e outros atos sistemáticos de intimidação”, afirmou.

No relatório, o grupo denuncia também que entre as práticas do governo contra a oposição estão proibições de viagens nacionais e internacionais,  buscas domiciliares, confiscos arbitrários de materiais, meios de trabalho e dinheiro.

Primeiro de Maio

Durante as celebrações do Dia do Trabalho, na última segunda-feira, um manifestante burlou o forte esquema de segurança do maior evento anual político de Cuba e brandiu uma bandeira dos Estados Unidos em frente ao presidente Raúl Castro.

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A repressão ao protesto foi imediata. Sem inibir-se pela presença da imprensa, oficiais arrastaram Daniel Llorente Miranda, de 57 anos, e um deles o atingiu no rosto. O paradeiro de Miranda permaneceu desconhecido por alguns dias até que seu filho, Eliécer Llorente, de 17 años, denunciou a veículos independentes que as autoridades cubanas se recusavam a passar informações sobre onde ele estaria detido. Miranda segue preso e será julgado por desordem pública e resistência. 

Próximo presidente

O protesto solitário ganhou força simbólica por ser o último em que Castro deve participar como comandante de Cuba. Em fevereiro, Castro declarou que vai afastar-se da presidência no próximo ano, apesar de não ter dado qualquer informação sobre o processo de sucessão.

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O vice-presidente Miguel Díaz-Canel é apontado por especialistas como o mais provável sucessor, especialmente depois que a filha de Castro, Mariela, declarou, na semana passada, que não pretende se candidatar.

“Os homens e mulheres do povo de Cuba são candidatos”, disse Mariela a repórteres. “Eu não digo: ‘Nós somos’, porque nunca me deixarei ser indicada para tal grande tarefa”.

A concorrência com Díaz-Canel deve ficar a cargo do ministro das Relações Exteriores, Alejandro Castro Espín, também filho do atual presidente e um de seus assessores mais próximos.

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