Direitos humanos: ONU se debruça sobre violações ‘massivas’ na Ucrânia
Cúpula que vai desta segunda-feira, 27, até 4 de abril pretende estender investigação de atrocidades da invasão russa; autoridade de Moscou comparecerá
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas inicia, nesta segunda-feira, 27, uma sessão de um mês que pretende fortalecer o escrutínio dos supostos crimes de guerra cometidos pela Rússia na Ucrânia. No início da reunião, o Alto Comissário para Diretos Humanos, Volker Turk, condenou a invasão russa “sem sentido”.
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Em um de seus primeiros discursos ao conselho de 47 membros, Turk alertou que os avanços das últimas décadas no campo de direitos humanos estavam sendo revertidos, citando a invasão da Ucrânia pela Rússia como um exemplo de opressão. Já o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, disse que a guerra provocou “violações massivas” de direitos.
Um dos principais objetivos da reunião, que dura até 4 de abril, é estender o mandato de um órgão das Nações Unidas criado para investigar atrocidades na Ucrânia. Kiev, que pediu o estabelecimento de um tribunal especial para processar a liderança política e militar da Rússia, disse que o corpo era essencial para garantir que Moscou seja responsabilizada.
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Kiev e seus aliados, contudo, estão descontentes com a participação do vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, que se dirigirá ao conselho na quinta-feira, 2. Esta será a primeira vez que um funcionário do governo russo comparece pessoalmente a uma reunião do grupo desde que a guerra começou, há um ano.
A Rússia, que nega cometer crimes de guerra ou visar civis na Ucrânia, foi suspensa do conselho sobre a invasão em abril, mas ainda pode participar na condição de observador.