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Dicionário Oxford elege como palavra do ano ‘brain rot’, ligada ao uso nocivo das redes

'Podridão cerebral' se refere à suposta deterioração intelectual como resultado do consumo excessivo de memes e outros conteúdos 'triviais' na internet

Por Da Redação 2 dez 2024, 09h56
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  • O dicionário Oxford escolheu, nesta segunda-feira, 2, “brain rot” como a palavra do ano, traduzida livremente como “podridão cerebral”.

    Segundo o dicionário, o termo é definido como a “suposta deterioração do estado mental ou intelectual de uma pessoa, especialmente vista como resultado do consumo excessivo de material (agora particularmente conteúdo online) considerado trivial ou pouco desafiador”, bem como “algo caracterizado como provável de levar a tal deterioração”.

    “‘Brain rot’ fala sobre um dos perigos percebidos da vida virtual e como estamos usando nosso tempo livre”, disse Casper Grathwohl, presidente da Oxford Languages, no anúncio. “Parece um próximo capítulo legítimo na conversa cultural sobre humanidade e tecnologia. Não é de se surpreender que tantos eleitores tenham adotado o termo, endossando-o como nossa escolha este ano.”

    A escolha ocorreu após consulta pública e a palavra de 2024 venceu cinco outros finalistas, incluindo “dynamic pricing” (algo como preço dinâmico), “lore” (que se refere a descobrir informações básicas sobre uma pessoa), “romantasy” (mistura entre romance e fantasia, comum em livros de sucesso em 2024), “slop” (uma maneira depreciativa de falar sobre comida, filmes, música e outras coisas que não parecem muito aprazíveis) e “demure” (ser bonitinho, limpo e consciente; não chamar atenção para si mesmo; não ser bagunceiro ou barulhento; e fazer viver com confiança, gentileza e tranquilidade). Esta última foi eleita a palavra do ano pelo site Dictionary.com.

    O primeiro uso registrado do termo “brain rot”, de acordo com a Oxford University Press, foi no livro “Walden”, de Henry David Thoreau, publicado em 1854. “Enquanto a Inglaterra se esforça para curar a podridão da batata, nenhum esforço fará para curar a podridão cerebral, que prevalece muito mais ampla e fatal?”, escreveu Thoreau em seu tratado sobre transcendentalismo.

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    Mas o termo ganhou força no ano passado entre as novas gerações Z (dos nascidos entre 1997 e 2012) e Alfa (dos que vieram depois de 2012). “Essas comunidades amplificaram a expressão por meio das redes sociais, o mesmo lugar que dizem causar ‘podridão cerebral’”, afirmou Grathwohl. “Isso demonstra uma autoconsciência um tanto atrevida nas gerações mais jovens sobre o impacto prejudicial da internet, que elas herdaram.”

    Esta é a 20ª vez que o dicionário elege uma palavra, em inglês, que reflete o mundo durante os últimos 12 meses. “Olhando para a palavra do ano do Oxford nas últimas duas décadas, você pode ver a crescente preocupação da sociedade com a forma como nossas vidas virtuais estão evoluindo, a forma como a cultura da internet está se embrenhando em quem somos e sobre o que falamos”, refletiu Grathwohl. No ano passado, o termo escolhido foi “rizz”, uma abreviação que a geração Z criou para “carisma” e virou fenômeno no TikTok. Em 2022, foi “goblin mode” — referindo-se ao comportamento “indulgente, preguiçoso, desleixado ou ganancioso, sem pedir desculpas”. E em 2021, no auge da pandemia de covid-19, foi “vax”, abreviação para vacina.

    Outras publicações que elegeram uma palavra do ano de 2024 incluem os dicionários Collins, Cambridge, e Macquarie, bem como a revista britânica The Economist.

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    O Dicionário Collins escolheu “brat”, um adjetivo que se referia a “pirralho” mas ganhou uma nova definição ao virar o nome do álbum da estrela britânica do pop Charlie XCX (e ser associado à campanha presidencial de Kamala Harris, nos Estados Unidos). “É caracterizado por uma atitude confiante, independente e hedonista”, explicou a publicação.

    Cambridge escolheu “manifest”, que significa “imaginar conquistar algo que você quer, na crença de que a visualização tornará o fato mais provável de acontecer”, embora o dicionário tenha notado que “especialistas alertam que manifestar não tem comprovação científica”. Já o Macquarie elegeu “enshittification” como a palavra de 2024, definida como “a deterioração gradual de um serviço ou produto provocada por uma redução na qualidade do serviço fornecido, especialmente de uma plataforma online, como consequência da busca por lucro”.

    A Economist, por sua vez, num ano em que 70% da população foi às urnas para eleger novos líderes, escolheu “kakistocracia” para definir o ano – o “governo do pior”.

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