Eles foram dar uma voltinha de oito dias até a Estação Espacial Internacional (ISS), estacionada a 400 quilômetros da Terra, e terão de ficar por lá até fevereiro de 2025 — serão oito meses em órbita. Em 24 de agosto, a Nasa informou que os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams precisarão de um pouquinho de paciência até pegarem carona em uma cápsula privada da SpaceX, de Elon Musk. A dupla subiu ao infinito a bordo da Starliner, da Boeing. Uma sucessão de falhas — como vazamentos de gás hélio e problemas em cinco de seus 28 propulsores — impediu o retorno. Depois de muitos testes e prognósticos construídos por algoritmos, deu-se o veredicto. “A decisão é resultado de compromisso com a segurança”, disse Bill Nelson, administrador da Nasa. O zelo é compreensível: pairam no ar, como sombras incômodas, as tragédias do Challenger e do Columbia, com catorze mortes. “Treinamos muito para situações extraordinárias como essa”, disse Williams. “Sabemos tudo sobre os procedimentos e como melhorar nossa situação.” O otimismo associado à ciência vale ouro.
Tragédia em campo
Aos 39 minutos do segundo tempo da partida entre São Paulo e Nacional, pela Libertadores, o zagueiro uruguaio Juan Izquierdo se desequilibrou e caiu sozinho no gramado. O desespero dos outros 21 jogadores em campo antecipou o drama. O atleta de 27 anos teve uma arritmia, com alteração no ritmo normal dos batimentos seguida de uma parada cardíaca. Atendido ainda no estádio MorumBis, foi levado para o Hospital Albert Einstein. Durante quatro dias ficou sedado e respirou com o auxílio de ventilação mecânica, mas não resistiu. Izquierdo morreu em 27 de agosto. No início da carreira, em 2014, uma anomalia no coração chegou a ser detectada em um exame de rotina — mas sucessivos controles, ao longo dos anos, nada apontariam. O segundo filho de Izquierdo nascera onze dias antes da tragédia.
Um mestre do futebol
Em janeiro deste ano, o treinador de futebol sueco Sven-Göran Eriksson surpreendeu o mundo do futebol ao anunciar que não tinha mais do que um ano de vida, com um câncer de pâncreas em estado avançado. E, no entanto, a seu feitio, ainda assim não deixou de sorrir. “Com sorte, as pessoas dirão que eu era um bom homem, mas nem todos falarão isso”, disse em depoimento para um documentário do Amazon Prime Video. Afeito a montar times com desenho tático cuidadoso, de mãos dadas com mestres como Johan Cruyff e Pep Guardiola, ele ganhou diversos títulos pela Lazio, da Itália, e pelo Benfica, de Portugal. Foi o primeiro treinador estrangeiro a assumir o comando da seleção da Inglaterra, que dirigiu de 2001 a 2006 — era Eriksson quem estava no banco da equipe de David Beckham e cia. na derrota para o Brasil de Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo nas quartas de final da Copa do Mundo de 2002. Ele morreu em 26 de agosto, aos 76 anos.
Publicado em VEJA de 30 de agosto de 2024, edição nº 2908