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Cúpula das Américas termina com impasse sobre Cuba e sem declaração final

Por Da Redação
15 abr 2012, 20h43

Cartagena (Colômbia), 15 abr (EFE).- A 6ª edição da Cúpula das Américas foi encerrada neste domingo em Cartagena destacando o apoio dos países latino-americano para que Cuba esteja presente nas próximas reuniões continentais, mas sem uma declaração final, já que faltaram consensos sobre este e outros temas.

Apesar da falta de uma declaração final, a cúpula foi qualificada pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, como uma reunião ‘de diálogo e sinceridade’, enquanto o Chefe de Estado mexicano, Felipe Calderón, considerou o encontro como ‘um êxito’.

Ao término da cúpula, Santos e Calderón exaltaram o fato desta cúpula não ter vetado nenhum dos temas sensíveis, o que permitiu contrastar ideias e opiniões entre os líderes do continente, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Segundo os Chefes de Estado, o fato desta cúpula ter apresentado pela primeira vez um debate oficial sobre temas políticos sensíveis acabou transformando a declaração final em um item secundário.

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Entre os temas abordados, a inclusão de Cuba nas próximas cúpulas foi o que mais se discutiu: ‘a maioria dos países apoia a participação de Cuba na Cúpula das Américas’, anunciou Santos, que afirmou que a reunião continental foi encerrada sem declaração final ‘porque precisamente não houve um consenso’ sobre este tema.

Isso porque, os Estados Unidos insiste em afirmar que a ilha caribenha não atenda os requisitos democráticos e, por isso, o tema só será definido durante a próxima cúpula, que está prevista para ser realizada no próximo ano, no Panamá.

‘Os Estados Unidos dará as boas-vindas a uma Cuba ‘livre’ nas próximas Cúpulas das Américas’, disse neste domingo o presidente Barack Obama ao reiterar que esse país ainda ‘não se movimentou em direção à democracia’ e ao respeito dos direitos humanos.

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Outro tema que também não teve uma definição concreta foi o das Malvinas. Apesar de não ter alcançado uma possível resolução para o conflito, os países presentes na cúpula defenderam uma ‘saída dialogada’ para o conflito sobre a soberania dessas ilhas, reivindicadas pela Argentina e controladas pelo governo britânico.

O presidente anfitrião chegou a receber uma queixa da presidente argentina, Cristina Kirchner, por não ter feito alusão às Malvinas em seu discurso de inauguração da cúpula, quando citou a questão Cuba e o problema das drogas, o terceiro tema sensível desta reunião continental.

A presidente da Argentina, por sua vez, deixou a cúpula neste domingo antes do final e sem participar do encontro reservado prévio ao encerramento, assim como também não compareceu no jantar de gala oferecido pelo presidente colombiano na noite de sábado. Ambos os fatos podem comprovar que a Argentina não se contentou com o modo em que o tema das Malvinas foi tratado em Cartagena.

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No entanto, durante uma entrevista coletiva após o encerramento da cúpula, Santos afirmou que a presidente da Argentina comunicou ‘que tinha que voltar a Buenos Aires’ por conta de uma série de problemas em seu país.

Mesmo sem uma conclusão final, a Cúpula das Américas firmou alguns compromissos e apresentou três comunicados.

O resultado mais concreto foi o mandato cedido à Organização dos Estados Americanos (OEA) para analisar um replanejamento da luta contra o tráfico de drogas, que, após 40 anos de guerra frontal, precisa apresentar resultados mais visíveis.

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Em relação aos três comunicados, um cita o apoio à conferência Rio+20 – tema proposto pelo Brasil e Argentina -, outro, do México, aborda o crime organizado internacional e o terceiro, da Colômbia, trata de um fórum de competitividade regional.

Além dos comunicados, os líderes concordaram em trabalhar juntos nos temas oficiais da cúpula: pobreza e desigualdade, acesso às tecnologias, desastres naturais e meio ambiente, além de segurança e infraestruturas.

Desta forma, o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, indicou em Cartagena que ‘a cúpula terminou bem’ e que o fato de não apresentar uma declaração conjunta final ‘não é o mais importante’.

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Segundo García, o mais importante foi ver a troca de opiniões entre os governantes e o fato desta cúpula ter sido ‘muito política’.

No entanto, a Cúpula dos Povos, que foi realizada em paralelo à reunião dos governantes, não teve o mesmo desempenho e deixou Cartagena como um verdadeiro fracasso e sem esperanças de novas edições.

Segundo o colombiano Enrique Daza, porta-voz da Cúpula dos Povos, ‘todo o mundo se deu conta do fracasso estrondoso destas duas cúpulas e dos Estados Unidos’.

Daza, que acrescentou que cada vez mais o Governo de Washington ‘fica isolado’, fazia referência à recusa dos EUA em aceitar Cuba como um país participante da cúpula.

Apesar das criticas, o presidente colombiano, cujo Governo falava que esta seria ‘a cúpula dos resultados’, assegurou se sentir ‘satisfeito’ com os objetivos conquistados, especialmente com a visita de Barack Obama. EFE

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