Cuba volta a sofrer com apagões e milhões ficam no escuro após colapso de maior usina elétrica

A rede elétrica de Cuba entrou em colapso na manhã desta quarta-feira, 4, após a maior usina de energia do país falhar, deixando milhões de pessoas em total escuridão. O episódio é o mais recente da série de apagões registrados no país nos últimos dois meses. 

O Ministério de Energia e Minas do país informou que a usina elétrica Antonio Guiteras, a maior da ilha, foi desligada por volta das 2h, provocando o colapso do sistema elétrico nacional.

A empresa estatal de serviços públicos, o Sindicato Elétrico Cubano, disse que os trabalhadores estavam tentando religar a rede elétrica. No entanto, as autoridades locais alertaram que o processo de restauração da energia nas antigas usinas de energia da era soviética poderia demorar dias. 

“As condições são mais favoráveis ​​agora do que na última desconexão”, disse o Ministério de Energia e Minas de Cuba.

Embora o governo ainda não tenha informado quais regiões de Cuba foram afetadas pelo apagão de quarta-feira, relatos nas redes sociais indicam que toda a ilha, com mais de 10 milhões de habitantes, estava sem energia, incluindo a capital, Havana.

Rede elétrica em crise

Além de ser mantido por usinas antigas e de difícil manutenção, quase todas da era soviética, Cuba depende do petróleo subsidiado da Venezuela, que também está mergulhada numa crise econômica. Como consequência, Caracas reduziu o fornecimento para a ilha para uma média de 32.600 barris por dia nos primeiros nove meses deste ano, número que esteve na casa de 60 mil no mesmo período de 2023, mostram dados da empresa estatal venezuelana PDVSA.

Aliados, como China, Rússia e México, não foram capaz de suprir o rombo e mandar ajuda suficiente. A PDVSA, que enfrenta problemas nas infraestruturas de refino, reduziu a exportação de combustíveis numa tentativa falha de evitar a escassez ao redor do país.

A infraestrutura elétrica precária de Cuba, somada a uma crise econômica de longo prazo devido às sanções norte-americanas, complica ainda mais os esforços de recuperação do país. Além da falta de eletricidade, o país enfrenta uma escassez generalizada de alimentos, medicamentos e combustíveis. A inflação disparou e os serviços básicos, como escolas, hospitais e comércios, estão profundamente afetados.