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Crimes sexuais levam vice-presidente da Oxfam a pedir demissão

Altos funcionários da ONG são acusados de aliciar prostitutas e crianças vulneráveis no Chade e no Haiti para sexo; diretoria da Oxfam acobertou os casos

Por Da redação
Atualizado em 13 fev 2018, 00h20 - Publicado em 12 fev 2018, 23h51

Penny Lawrence, vice-presidente executiva da Oxfam –uma das maiores ONGs de caridade do planeta— pediu demissão hoje de seu cargo, cerca de uma semana após o jornal britânico The Times denunciar um amplo esquema de prostituição e crimes sexuais, inclusive contra crianças, por pessoal de alto-nível da entidade no Chade (uma das nações mais pobres da África) e, principalmente no Haiti, após o terremoto devastador de 2010, que deixou cerca de 300.000 mortos no país caribenho.

 

 

Fundada em 1942 e sediada na cidade inglesa de Oxford, a Oxfam nasceu com o objetivo de convencer o governo britânico a permitir auxílio em forma de comida a passar pelo bloqueio dos Aliados na 2a Guerra Mundial e alimentar o povo faminto da Grécia-ocupada. Então chamada de Oxford Committee for Famine Relief (Comitê de Oxford pelo Alívio da Fome), a entidade ampliou sua atuação com o objetivo de aliviar a pobreza e a fome em locais de crise e pobreza, tornando-se uma confederação de 19 organizações internacionais independentes, com alcance mundial e operando sob o guarda-chuva da Oxfam Internacional.

Segundo a investigação do jornal,Roland van Hauwermeiren, diretor da Oxfam para o Haiti durante a crise causada pelo terremoto de 2010, teria convertido uma grande casa alugada para os trabalhos de auxílio no país em um quase-bordel, onde prostitutas e crianças circulavam vestindo apenas camisetas da organização e eram pagas ou subornadas para fazer sexo com van Hauwermeiren e outros membros de sua equipe. Mesmo funcionários que não participaram das orgias muitas vezes eram coniventes com o que se passava.

Van Hauwermeiren já possuía um histórico de envolvimento em escândalos sexuais enquanto trabalhou para a Oxfam no Chade. Prostitutas vulneráveis que deveriam receber auxílio da entidade e de seus funcionários eram levadas às casas da Oxfam para festas e para fazerem sexo com membros da organização. Apesar de tudo isso ser sabido, van Hauwermeiren foi enviado em posição de chefia ao Haiti.

Pior: aparentemente o alto-escalão da organização, na Inglaterra, não apenas sabia dos casos, mas acobertou muitos de seus funcionários para não perder o financiamento público de suas atividades.

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“É claro agora que essas alegações –incluindo aquelas relacionadas ao aliciamento de prostitutas e ao comportamento do Diretor de País e de membros de sua equipe no Chade– já haviam sido levantadas antes de que ele fosse transferido para o Haiti”, disse Penny referindo-se a van Hauwermeiren durante comunicado sobre sua demissão.

“Como diretora do programa à época, estou profundamente envergonhada que isso tenha ocorrido sob meu comando e assumo completa responsabilidade.”

O Governo britânico já anunciou que, além de estar estudando a possibilidade de processar a Oxfam no Reino Unido por ofensas sexuais, a organização pode perder até a totalidade de suas subvenções públicas. O Governo do Haiti também estuda agora tomar medidas legais.

 

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