O presidente da França, Emmanuel Macron, alertou nesta quinta-feira, 14, para países aliados não mostrarem nenhuma fraqueza à Rússia, afirmando que o presidente russo, Vladimir Putin, não pararia com a guerra caso conseguisse derrotar as tropas ucranianas.
“Se a Rússia vencer esta guerra, a credibilidade da Europa será reduzida a zero”, disse Macron. “Hoje, decidir abster-se ou votar contra o apoio à Ucrânia não é escolher a paz, é escolher a derrota. É diferente”, disse ele.
Após o comentário, líderes da oposição chamaram os comentários do presidente de “belicoso”. Marine Le Pen, líder da extrema-direita francesa e principal opositora a Macron, se absteve durante uma votação no Parlamento no início da semana sobre o acordo bilateral de 10 anos que a França assinou com a Ucrânia. No pacto, é previsto um pacote de milhões de euros em ajuda militar em 2024. O governo ucraniano também fez um trato similar com a Alemanha.
Envio de tropas
No mês passado, o presidente francês causou polêmica ao dizer que as nações europeias não poderiam descartar a possibilidade de enviar militares para a Ucrânia no futuro, embora tenha comentado que não há consenso sobre o assunto. A fala foi rechaçada pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, dizendo que os aliados concordaram que não haveria tropas terrestres em solo ucraniano enviadas por Estados europeus.
“Não há consenso, nesta fase, para enviar soldados ao terreno”, disse Macron. “Nada deve ser excluído. Faremos tudo o que for necessário para que a Rússia não vença”.
Um funcionário da Casa Branca disse à agência de notícias Reuters, em condição de anonimato, que os Estados Unidos não tinham planos de enviar soldados para lutar na Ucrânia, nem para enviar forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar ocidental que os americanos chefiam.
Já o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico (que se opõe a ajudar os ucranianos militarmente), disse que vários membros da Otan e da União Europeia estavam considerando disponibilizar seus soldados, mas por meio de acordos bilaterais – não como blocos.
“Posso confirmar que há países que estão preparados para enviar as seus próprios soldados para a Ucrânia. Há países que dizem ‘nunca’, entre os quais está a Eslováquia, e há países que dizem que esta proposta precisa ser considerada”, disse ele antes de embarcar no avião de volta para casa.