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Covid-19: Putin reabrirá a Rússia apesar de disparada no número de casos

País é o quarto mais atingido pelo coronavírus no mundo, com 221.334 infecções; Moscou tem aumento de 18% dos óbitos em abril, sugerindo subnotificação

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 14h39 - Publicado em 11 Maio 2020, 19h49

Vladimir Putin, presidente da Rússia, anunciou nesta segunda-feira, 11, um plano de relaxamento das restrições para controlar o coronavírus. O alívio gradual do bloqueio deve ocorrer a partir de terça-feira, 12, apesar do aumento das infecções no país. Com 221.344 casos confirmados, a Rússia é a quarta nação mais atingida pela Covid-19, doença respiratória causada pelo vírus, ultrapassando a Itália.

Nesta semana, Putin vai suspender as medidas que obrigaram o fechamento temporário de empresas e determinaram que grande parte da força de trabalho ficasse em casa. O presidente russo anunciou projetos de apoio para empresas e famílias com crianças pequenas que perderam os meios de subsistência e para conter o índice de desemprego. Segundo ele, o número de desempregados dobrou para 1,4 milhão em um mês. Os primeiros setores a retornar à ativa devem ser a construção civil e a agricultura.

Contudo, regiões individuais terão liberdade para adaptar o ritmo do relaxamento às suas realidades. A prefeitura de Moscou, por exemplo, disse que manterá o bloqueio até, pelo menos, dia 31 de maio. Em nível nacional, continuam proibidos eventos públicos e aglomerações, e idosos com mais de 65 anos devem permanecer em casa.

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Putin disse que as medidas contra o coronavírus, extremamente restritas em algumas regiões tornaram possível o relaxamento nesta semana, que deverá ser “cuidadoso e gradual”. Em Moscou, só é permitido sair de casa para ir ao mercado ou passear com cachorros em um raio de em quilômetro da residência, com “passes” digitais para justificar.

“Não devemos permitir colapsos, retrocessos, novas ondas da epidemia e aumento dos casos sérios”, disse Putin. Seu anúncio ocorreu depois que o número de novos casos diários do novo coronavírus teve aumento recorde de 11.656, totalizando 221.344. Somente o Reino Unido, a Espanha e os Estados Unidos registraram mais casos.

O centro de resposta à pandemia do país também relatou 94 novas mortes, elevando o número total de óbitos para 2.009. Segundo o jornal americano The New York Times, especialistas suspeitam da taxa de mortalidade de apenas 13 mortes a cada 1 milhão de habitantes em um país com um sistema de saúde fraco – muito abaixo da média mundial de 36 mortes a cada 1 milhão de habitantes.

No domingo, dados oficiais mostraram que Moscou registrou 18% mais mortes em abril deste ano do que em abril do ano passado. A informação sugere que o número oficial de mortes pela Covid-19 não seja condizente com a realidade. Contudo, o governo russo atribui a baixa mortalidade e a disparada no número de casos à elevada testagem. Autoridades afirmam que 5,6 milhões de testes foram realizados e que quadros que poderiam tornar-se graves, até mortais, foram identificados precocemente.

O Times reporta que Moscou falhou em registrar cerca de 70% das mortes relacionadas ao coronavírus, porcentagem que aumenta para 80% em nível nacional, segundo especialistas. Mas chegar a um valor preciso é complicado, pois muitas pessoas podem ter morrido de outras causas, já que pelo menos 37 hospitais de Moscou foram convertidos para tratar apenas pacientes com coronavírus.

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(Com Reuters)

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