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Coreia do Norte melhorou usina nuclear depois de acordo com EUA

Comandante das forças americanas em Seul descarta a suspensão de todos os exercícios militares dos Estados Unidos com a Coreia do Sul

Por Da Redação
Atualizado em 27 jun 2018, 15h08 - Publicado em 27 jun 2018, 13h16

A Coreia do Norte realizou obras de melhoria em seu centro de pesquisas atômicas, mesmo depois de ter se comprometido com a desnuclearização na península. O compromisso foi assumido na histórica reunião dos líderes norte-coreano, Kim Jong-un, e americano, Donald Trump, em Singapura, neste mês.

A constatação se deu por imagens de satélites captadas no último dia 21 e analisadas pelo site especializado 38north. Os resultados da análise, divulgados hoje, destacam ter havido muitas obras de melhoria de infraestrutura em Yongbyon depois da reunião de Singapura.

Naquela reunião, no último dia 12, Trump e Kim assinaram uma declaração em favor de uma nova etapa nas relações bilaterais e da “desnuclearização total” da Península Coreana. Posteriormente, os Estados Unidos anunciaram a eliminação dos exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul.

No entanto, o documento não especificou mecanismos nem prazos para atingir os objetivos. Por essa razão, os analistas do 38north consideram que as recentes obras “não devem ser analisadas em relação ao compromisso da Coreia do Norte de se desnuclearizar”.

“Pode-se considerar que o programa nuclear norte-coreano seguirá com sua atividade habitual até que sejam emitidas ordens específicas de Pyongyang”, acrescenta o 38north.

Entre as obras de melhoria detectadas há modificações no sistema de refrigeração do reator de 5 megawatts de Yongbyon (fonte do plutônio que Pyongyang usou para seus testes nucleares). Mas é difícil determinar pelas imagens se a unidade está ou não em funcionamento.

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Novos edifícios também foram erguidos em torno do laboratório radioquímico, usado para separar o plutônio das barras de urânio gasto ou ao reator experimental de água leve.

Yongbyon, um complexo com mais de 600 edifícios, é o epicentro do programa nuclear norte-coreano e seu fechamento e desmantelamento seriam imprescindíveis para que Pyongyang cumprisse seu compromisso de desnuclearização.

Acredita-se que o secretário americano de Estado, Mike Pompeo, possa visitar Pyongyang na próxima semana com o objetivo de apresentar uma série de prazos e condições concretas para que o regime desmantele seu programa atômico, segundo fontes do Pentágono.

No entanto, Pompeo afirmou nesta segunda-feira à rede CNN que não vai fixar uma data-limite para que a Coreia do Norte desmantele seu programa nuclear. Diferentemente disso, ele pretende acompanhar gradualmente o progresso de Pyongyang rumo a desnuclearização.

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No mês passado, o regime norte coreano destruiu os túneis do seu centro de testes nucleares de Punggye-ri, um dos mais importantes. Cerca de vinte jornalistas foram convidados para assistir e analisar a destruição.

Exercícios militares

O comandante das forças dos Estados Unidos na Coreia do Sul, general Vincent Brooks, descartou hoje (27) a suspensão de  todos os exercícios militares realizados por Seul e Washington. As manobras previstas para agosto, porém, foram canceladas para facilitar o diálogo com Pyongyang.

“Não acredito que este seja o final de todos os exercícios de treinamento. Mas os exercícios muito visíveis podem causar mal-estar em um momento no qual é tão importante cimentar a confiança (mútua)”, disse o general durante um ato em Seul.

As declarações de Brooks foram feitas na véspera da chegada a Seul do secretário americano de Defesa, James Mattis, que se reunirá com seu colega sul-coreano, Song Young-moo, para tratar do atual panorama militar na Península.

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Em 19 de junho, os aliados anunciaram que as manobras anuais da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, chamadas de Ulchi Freedom Guardian – normalmente agendadas para agosto – foram suspensas temporariamente para facilitar o  diálogo com o regime norte-coreano e sua eventual desnuclearização.

A suspensão dos exercícios havia sido anunciada inicialmente por Donald Trump, logo ao final da reunião de Singapura. A decisão, no entanto, suscitou especulações sobre o futuro da aliança militar, a capacidade de preparação das forças combinadas e a presença das tropas americanas em solo sul-coreano, sem que o regime de Pyongyang tenha mostrado ainda um verdadeiro compromisso para a desnuclearização.

“Não devemos evitar a realidade de que suas capacidades físicas seguem aí. Não vimos a destruição de mísseis, não vimos a destruição de sistemas de armas nucleares”, especificou Brooks em declarações divulgadas pela agência Yonhap. Porém, o general lembrou que tanto Seul como Washington insistiram que não haverá redução de tropas (cerca de 28.500 soldados) em solo sul-coreano por enquanto.

(Com EFE)

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