As Coreias do Norte e Sul, juntamente com Estados Unidos e China, concordaram inicialmente em declarar o fim da Guerra da Coreia, quase 70 anos depois que o término dos conflitos.
A informação foi dada pelo presidente sul-coreano, Moon Jae-In, que admitiu que as negociações estão encontrando empecilhos devido às objeções do governo norte-coreano em relação à “hostilidade americana”.
“Por conta disso, nós ainda não pudemos sentar para conversar sobre os próximos passos. Estamos trabalhando para que isso aconteça o mais rápido possível”, disse o chefe de Estado em entrevista coletiva.
Moon disse que é importante acabar com o armistício “instável” que já existe há quase sete décadas, acrescentando que uma declaração de paz pode melhorar as perspectivas de um avanço no programa de armas nucleares da Coreia do Norte.
O ministro da Unificação sul-coreano pediu para que Pyongyang aceite a oferta de diálogo e disse que o país tem se mostrado mais aberto à negociações. Ele deu como exemplo o disparo de mísseis de curto alcance este ano, em que o governo norte-coreano fez com que a situação não escalasse para altos níveis de tensão.
A Guerra da Coreia teve fim em julho de 1953 com um armistício e não um tratado de paz, o que significa que, em teoria, os dois países ainda estão em conflito. Moon, que teve como um dos pilares de seu governo a reaproximação com a Coreia do Norte, busca a declaração de paz antes do término de seu mandato no próximo ano.
Ele repetiu o mesmo apelo que havia feito durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro, pedindo pelo fim das hostilidades. Na época, Kim Yo-Jong, influente irmã do líder norte-coreano, descreveu a iniciativa como uma “ideia boa e interessante”.
As autoridades chinesas declararam que apoiam a proposta, ao mesmo tempo que Coreia do Sul e Estados Unidos estão nos estágios finais da criação de um esboço da declaração.
No entanto, Pyongyang deixou claro que não irá participar das negociações enquanto os americanos mantiverem a sua postura hostil. O país está insatisfeito com a presença de quase 30.000 soldados na Coreia do Sul e com os exercícios militares anuais ocorridos na região, considerados um ensaio para uma eventual invasão.
Especialistas críticos à assinatura do acordo ponderam que uma declaração formal de paz em meio ao desenvolvimento de armas nucleares por parte da Coreia do Norte pode incentivar ainda mais o país a seguir adiante.
Em contrapartida, apoiadores de Moon alegam que a nova dinâmica pode encorajar o regime a retornar às negociações para paralisação da produção do arsenal.