A Coreia do Norte disparou o que parecem ser múltiplos mísseis antinavio de sua costa leste nesta quarta-feira, disse o Exército da Coreia do Sul, no mais recente de uma série de testes balísticos, desafiando a pressão mundial e sob ameaças de mais sanções. Os lançamentos ocorrem menos de uma semana depois que o Conselho de Segurança da ONU aprovou novas sanções contra o país, que disse que continuaria a desenvolver seu programa nuclear e de armas.
Os projéteis foram lançados quinta-feira de manhã (horário local) a partir da cidade costeira norte-coreana de Wonsan, disse o Escritório de Chefes de Estado-Maior da Coreia do Sul em comunicado.
O presidente sul-coreano Moon-Jae-in foi informado sobre o último teste, disseram os militares, recusando-se a dar mais detalhes. O lançamento de hoje foi o décimo deste tipo realizado pelo regime de Kim Jong-un neste ano e o quarto desde que Moon assumiu o cargo, em 10 de maio, comprometendo-se a dialogar com Pyongyang.
A Coreia do Norte vem realizando tais testes a um ritmo sem precedentes em um esforço para desenvolver um míssil balístico intercontinental (ICBM) capaz de atingir os Estados Unidos.
“Grande preocupação”
Mais cedo nesta quarta-feira, o diretor do programa de defesa de mísseis dos Estados Unidos, o vice-almirante James Syring, afirmou que os progressos registrados pela Coreia do Norte geram “grande preocupação”.
Syring afirmou em uma audiência no Comitê de Forças Armadas da Câmara dos Representantes que os testes da Coreia do Norte dos últimos seis meses causaram preocupação a ele e outros representantes do programa norte-americano de mísseis devido aos avanços tecnológicos apresentados pelo regime de Kim Jong-un.
O vice-almirante afirmou que é responsabilidade dos Estados Unidos e do órgão que ele comanda assumirem que a Coreia do Norte pode atingir o país com um míssil continental armado com uma ogiva nuclear. No entanto, Syring não considera que o país tenha conseguido produzir uma ogiva nuclear suficientemente compacta para ser lançada a partir de um míssil intercontinental. Os próprios mísseis também carecem de maior precisão, segundo o vice-almirante.
Na audiência, Syring afirmou que o Pentágono se prepara para contingências relativas ao desenvolvimento norte-coreano de mísseis, bem como para possíveis cenários que possam ocorrer em um horizonte de cinco a dez anos.
(Com Reuters e EFE)