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COP27: EUA cumprirão meta de redução de emissões até 2030, promete Biden

Presidente americano, na cúpula climática da ONU, afirmou que o país vai reduzir 50% das emissões até 2030 e que isso será bom para a economia

Por Amanda Péchy
Atualizado em 11 nov 2022, 13h12 - Publicado em 11 nov 2022, 13h05

Em discurso na conferência climática das Nações Unidas nesta sexta-feira, 11, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reiterou seu compromisso com o combate ao aquecimento global, dizendo que “a crise climática é sobre segurança humana, segurança nacional e o próprio destino do planeta”. Ele prometeu, ainda, que o país, segundo maior emissor do mundo, vai atingir as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris.

“A Organização Meteorológica Mundial informou que os últimos oito anos foram os mais quentes da história. Nos Estados Unidos, vimos uma seca histórica e incêndios na Costa Leste, e tempestades devastadoras na Costa Oeste. No continente africano, vimos uma seca intensa no Chifre da África, enquanto milhares de pessoas morreram na Nigéria devido a inundações”, disse.

“A crise climática é sobre segurança humana, segurança nacional e o próprio destino do planeta”, completou.

O presidente americano disse que a COP27 acontece em um momento crucial, após dois anos “muito difíceis” por conta da pandemia de coronavírus, mas principalmente em um contexto de “sublevação no mundo”, referindo-se à guerra da Rússia contra a Ucrânia.

“O conflito elevou os custos de alimentos e combustíveis, aumentando a inflação global. Mas isso torna mais importante do que nunca que dependamos menos de combustíveis fósseis”, afirmou. “Enquanto um país usa energia como arma, precisamos construir uma história melhor para o nosso mundo.”

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Biden falou ainda de uma “missão coletiva para evitar catástrofe climática” e promoveu algumas das leis da área de meio ambiente que conseguiu aprovar durante os dois primeiros anos de mandato, ainda que com maioria apertada no Congresso.

“Meu governo liderou com uma agenda ousada para garantir o combate à crise do clima. A primeira coisa que fizemos foi voltar ao Acordo de Paris”, disse, pedindo desculpas pelo país deixado o acordo em primeiro lugar.

“Neste ano, os Estados Unidos aprovaram a maior e mais importante lei climática da história do nosso país, a Lei da Redução da Inflação”.

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O projeto, que também prevê uma expansão do sistema de saúde pública, é um divisor de águas para a transição energética. Do pacote de US$ 740 bilhões, US$ 369 bilhões serão investidos para combater a crise do clima na próxima década. O objetivo é reduzir as emissões de gases do efeito estufa do segundo maior poluidor mundial (atrás apenas da China) em 40% até 2030, através de um complexo quebra-cabeça de créditos e isenções fiscais.

Entre as providências planejadas, uma fatia de US$ 60 bilhões em descontos de impostos foi destinada a empresas que se dediquem a expandir a produção de energia eólica e solar, aprimorar as técnicas de sequestro de carbono e ampliar a fabricação de baterias (quem comprar um carro elétrico novo também receberá descontos de até US$ 7.500, uma prática já adotada em alguns estados). Ainda está prevista a injeção de recursos nas vastas áreas afetadas pela seca e por outros efeitos do aquecimento e penalidades a quem descumprir acordos antipoluição.

O presidente, no entanto, não pode deixar de fazer a ressalva: “O pacote inclui menos do que eu pedi, mas é uma quantidade significativa.”

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No discurso, Biden também disse que a nova lei vai fomentar avanços tecnológicos e a redução de custos de energias verdes. “Isso estará disponível em todo o mundo, não apenas nos Estados Unidos. Ajudaremos a transição para todos”, afirmou.

Chefe da maior economia do mundo, o presidente americano também frisou que “uma boa política climática é uma boa política econômica”, porque gera “crescimento econômico durável e inclusivo, impulsionando o progresso em todo o mundo.

“Meu compromisso com a questão climática tem sido inabalável. Estamos no caminho certo para reduzir entre 50-52% de nossas emissões até 2030. Prometo que os Estados Unidos cumprirão as metas de emissões até 2030”, declarou.

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Ele deu destaque, ainda, a um dos principais temas da COP27: o financiamento contra impactos das mudanças climáticas para nações subdesenvolvidas e em desenvolvimento.

“Comprometi-me a trabalhar com nosso Congresso para fornecer US$ 11 bilhões anualmente até 2030 para ajudar os países em desenvolvimento a responder às mudanças climáticas. Lutarei para que os projetos climáticos sejam totalmente financiados”, disse.

Com o controle do Congresso americano incerto, contudo, a promessa pode não se cumprir. Biden já enfrentava dificuldade para aprovar leis na área de clima e meio ambiente com sua maioria apertada de um voto no Senado. Agora, se perder o controle da Câmara, como está previsto por análises da Associated Press e The New York Times, projetos podem nem passar para a casa mais alta do legislativo.

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