Como nova arma da Ucrânia pode obrigar Rússia a mudar estratégia na guerra
Equipamento será enviado pelos Estados Unidos, que recentemente também anunciaram junto à Alemanha a entrega de novos tanques
Após quase um ano desde o início da Guerra da Ucrânia, os Estados Unidos responderam aos apelos do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para enviar foguetes que tenham um maior alcance e possam atingir os militares russos que se posicionam atrás das linhas de frente. Agora, as forças da Rússia vão precisar se adaptar e enfrentar perdas potencialmente catastróficas, de acordo com analistas.
A nova arma é uma bomba de pequeno diâmetro lançada do solo (GLSDB). Ela vai permitir que as tropas ucranianas atinjam alvos com o dobro da distância alcançável pelos foguetes que atualmente disparam no Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (HIMARS). A GLSDB tem alcance de 151 quilômetros e pode ser guiada por GPS, o que possibilita que alvos de difícil alcance, como centros de comando, sejam atingidos.
Até o momento, o governo dos Estados Unidos se recusava a fornecer o equipamento, temendo que ele pudesse ser motivo de escalada no conflito. O anúncio foi feito logo depois que os EUA e a Alemanha cederam à pressão da Ucrânia e afirmaram que iriam enviar tanques M1 Abrams e Leopard 2 ao Exército ucraniano.
Com a aquisição, grande parte das linhas de abastecimento da Rússia no leste e em parte da Crimeia podem ser atingida por estes foguetes. Com isso, a Rússia vai ser obrigada a mover seus suprimentos para mais longe, tornando os soldados da linha da frente mais vulneráveis. Além disso, o novo armamento complica os planos de uma nova ofensiva russa.
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“Isso pode desacelerar [um ataque russo] significativamente”, disse Andriy Zagorodnyuk, ex-ministro da Defesa da Ucrânia. “Assim como o HIMARS influenciou significativamente o curso dos eventos, esses foguetes podem influenciar ainda mais o curso dos eventos”.
Em junho, os EUA enviaram pela primeira vez os lançadores HIMARS que tinham capacidade de alcance de 77 quilômetros. O fornecimento dos foguetes foi um grande impulso para os militares ucranianos e permitiu que eles destruíssem depósitos de munição russa e instalações de armazenamento de armas.
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“Atualmente, não conseguimos alcançar instalações militares russas a mais de 80 quilômetros de distância”, disse o analista militar ucraniano Oleksandr Musiyenko à agência de notícias Reuters sobre a possibilidade de atacar os suprimentos do Exército russo. “Se pudermos alcançá-los praticamente até a fronteira russa, ou na Crimeia ocupada, é claro que isso diminuirá o potencial de ataque das forças russas”.