O comando do Exército do Níger declarou nesta quinta-feira, 27, apoio a um golpe instigado no dia anterior por soldados da guarda presidencial, afirmando que a sua prioridade é evitar a desestabilização do país.
O Exército precisou “preservar a integridade física” do presidente e de sua família e evitar “um confronto mortal (…) que poderia gerar um banho de sangue e afetar a segurança da população”, diz um comunicado assinado pelo chefe do Estado-Maior do Exército.
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O presidente Mohamed Bazoum e o ministro das Relações Exteriores, Hassoumi Massoudou, instaram as forças democráticas do país a resistir à tomada do poder, já que autoridades ocidentais disseram que o status da tentativa de golpe não era claro.
Em nota, o governo brasileiro disse acompanhar “com preocupação a situação política” no país. “O Brasil se soma às manifestações de lideranças da União Africana e da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que clamam pela retomada plena da institucionalidade democrática naquele país”, diz o documento.
Na quarta-feira, o presidente do Níger, Mohamed Bazoum, foi detido por seus guardas presidenciais de elite dentro do palácio presidencial na capital, Niamey. O prédio também foi foi bloqueado por veículos militares, em um movimento que lembra o que precedeu os quatro golpes militares que atingiram os vizinhos Mali e Burkina Faso desde 2020.
Ministérios próximos ao palácio foram, de maneira semelhante, bloqueados e os funcionários dentro do palácio não conseguiram mais acessar seus escritórios.
À noite, o coronel Amadou Abdramane, porta-voz do comando militar, afirmou em discurso televisionado que Bazoum foi destituído do poder e as instituições da república foram suspensas, marcando o sétimo golpe na África Ocidental e Central desde 2020.
Golpes anteriores em Burkina Faso e Mali foram estimulados, em parte, por frustrações com o fracasso das autoridades em conter uma insurgência islâmica que assola a região do Sahel, que inclui o Níger.
Houve também uma tentativa frustrada de golpe no Níger em março de 2021, quando uma unidade militar tentou tomar o palácio presidencial dias antes da posse de Bazoum.