Com fogos, líder venezuelano celebra renúncia de presidente do Peru
Pedro Pablo Kuczynski deixou governo peruano após alegações de compra de votos atingirem seu partido
O primeiro vice-presidente do partido governista da Venezuela, Diosdado Cabello, comemorou a queda do presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, com fogos de artifício depois de meses de atrito entre os governos dos dois países sul-americanos.
Kuczynski, ex-banqueiro de Wall Street de 79 anos que chegou a ter cidadania americana, era um dos principais críticos da América Latina ao governo socialista do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em assuntos como direitos humanos e democracia. Kuczynski proibiu Maduro de comparecer à Cúpula das Américas, que ocorre em Lima no próximo mês.
O peruano renunciou na quarta-feira após alegações de compra de votos atingirem seu partido de centro-direita e às vésperas da votação por seu impeachment provocada por uma investigação de corrupção sobre suas conexões com a empreiteira brasileira Odebrecht.
“Estes fogos de artifício são porque alguém está indo embora! Adeus, PPK, adeus, PPK!”, vibrou Cabello diante de uma plateia exultante, usando a sigla pela qual Kuczynski é conhecido, enquanto fogos de artifício estouravam nos céus ao final desta quarta-feira.
“Aqui estão alguns fogos de artifício para lembrar o mundo: se você mexer com a Venezuela, está fora!”, acrescentou no evento, transmitido em seu programa de televisão semanal. Apoiadores bradavam: “Ele se foi, ele se foi!”
Apesar da queda de Kuczynski, Maduro ainda enfrenta forte oposição na maioria das grandes nações ao redor da América Latina. O novo líder peruano, o até-então vice-presidente, Martín Vizcarra, pode seguir a mesma linha dura de seu antecessor no trato com Caracas.
Desafiando o veto de Lima, Maduro prometeu ir à cúpula em meados de abril, que deve ter a presença de seu maior crítico internacional, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Vejo vocês em Lima!”, acrescento um Cabello entusiasmado, mencionando Trump entre outros líderes internacionais que se opõem ao governo venezuelano.
A ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, também atacou Kuczynski, chamando-o no Twitter de “autointitulado fantoche imperialista” e “pessoa ruim” que ruma para a “lata de lixo da história”.
(Com Reuters)