O prefeito de Bogotá, Carlos Fernando Galán, nesta sexta-feira, 12, apelou que os habitantes da capital colombiana tomem banho juntos, ou que nem abram os chuveiros todos os dias, para economizar água em meio a uma seca grave. O reservatório de Chingaza, que fornece 70% da água usada pela população local, está a 16% da capacidade, menor nível já registrado na história. Estima-se que os moradores da cidade possam ficar sem água em apenas 54 dias.
Os baixos níveis do reservatório são consequência do fenômeno climático El Niño, que altera a distribuição de umidade e as temperaturas, geralmente provocando secas em algumas regiões da América do Sul. Apesar de Bogotá normalmente ser chuvosa, registrando em média 1.020 milímetros de chuva por ano, longos períodos de calor e estiagem reverteram a situação e causaram ainda outros problemas, como o aumento de incêndios florestais ao redor da capital e, consequentemente, da poluição do ar.
Racionamento de água
As medidas de racionamento de água estabelecidas pelo prefeito entraram em vigor na quinta-feira 11, e dividiram a cidade em nove zonas. Cada uma terá seu fornecimento suspenso por 24h a cada 10 dias.
Na tentativa de desacelerar o esvaziamento dos reservatórios, Galán pediu que casais tomem banho juntos, ou que os habitantes até mesmo deixem de abrir o chuveiro quando não forem sair de casa. “Se você não vai sair de casa no domingo ou em qualquer outro dia da semana, aproveite e não tome banho”, recomendou ele.
O prefeito não informou por quanto tempo a cidade conviverá com o racionamento, mas pediu o apoio da população para que as medidas extremas possam ser suspensas o quanto antes. “Não vamos desperdiçar uma gota de água em Bogotá neste momento”, apelou Galán.
Além da capital colombiana, outros locais da América Latina também estão sofrendo com secas e tiveram que tomar medidas para combater a escassez de água. A Cidade do México, capital mexicana, está racionando água desde o mês passado, enquanto a Guatemala declarou estado de emergência na quarta-feira 10, devido ao aumento dos incêndios florestais na nação da América Central.