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Ciclone mata cerca de 1.000 em arquipélago francês: ‘Como uma bomba atômica’

Região mais pobre da França, Mayotte foi atingida pela pior tempestade em 90 anos no último fim de semana, fazendo bairros inteiros desaparecerem

Por Redação Atualizado em 16 dez 2024, 10h33 - Publicado em 16 dez 2024, 10h32

Estima-se que cerca de 1.000 pessoas morreram após o ciclone Chido atingir Mayotte, um arquipélago francês, afirmou o prefeito do território insular, François-Xavier Bieuville, nesta segunda-feira, 16. Esta é considerada a tempestade mais forte no Oceano Índico em 90 anos, e moradores compararam o rastro de destruição aos efeitos de uma “bomba atômica”.

“Acho que há algumas centenas de mortos, talvez cheguemos perto de mil, até milhares, dada a violência deste evento”, disse Bieuville a uma televisão local. No entanto, atualmente é “extremamente difícil” obter um número exato, segundo ele.

Oficialmente, um hospital em Mayotte relatou que nove pessoas estavam em estado crítico e outras 246 ficaram feridas. No entanto, o Ministério do Interior francês disse que estava difícil obter uma contagem precisa das vítimas.

Equipes de socorro enviadas da França continental e da Ilha da Reunião, um departamento francês vizinho, lutam contra o tempo para encontrar sobreviventes e restaurar serviços básicos. Segundo Paris, 1.600 policiais e agentes, que reforçam o contingente de socorristas e bombeiros locais, contam com navios e aeronaves militares para as operações de resgate.

“Os próximos minutos e horas são muito importantes”, afirmou porta-voz da segurança civil francesa, Alexandre Jouassard, ao canal de notícias France 2. “Estamos acostumados a trabalhar nessas condições e, alguns dias depois, é possível achar bolsões de sobreviventes.”

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Tempestade violenta

Mayotte é um departamento ultramarino da França e está espalhado por duas ilhas principais a cerca de 805 km da costa leste da África. O ciclone Chido causou grandes danos no sábado 14, afetando também as ilhas próximas de Comores e Madagascar. Nesta segunda-feira, o fenômeno também atingiu Moçambique, enquanto Malawi e Zimbábue também traçaram planos de emergência para o possível esvaziamento de áreas de várzea devido a inundações.

A agência de meteorologia Meteo-France informou que esta foi a tempestade mais forte a atingir as ilhas em mais de 90 anos. Ventos de mais de 200 km/h arrancaram telhados e destruíram vários edifícios.

“Meus pensamentos estão com nossos compatriotas em Mayotte, que passaram pelas horas mais horríveis e que, para alguns, perderam tudo, perderam suas vidas”, disse o presidente da França, Emmanuel Macron, que deve realizar uma reunião de emergência sobre a crise nesta segunda-feira, por volta das 18h (14h em Brasília).

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“Bomba atômica”

O principal aeroporto e o maior hospital de Mayotte sofreram grandes danos do ciclone, segundo o novo primeiro-ministro francês, François Bayrou. Ele acrescentou que muitas pessoas que vivem em barracos precários em áreas de favelas correm sérios riscos diante da possibilidade de deslizamentos. Além disso, a tempestade derrubou parcialmente o acesso à internet, ficou “quase totalmente offline por mais de 36 horas”, de acordo com o monitor NetBlocks. Agora, a conectividade está em torno de “16% dos níveis normais”.

Mayotte tem uma população de pouco mais de 300 mil pessoas, um terço das quais são imigrantes irregulares, de acordo com o Ministério do Interior francês. Antes do ciclone, a região mais pobre do país já lutava por décadas contra a seca, falta de investimentos e violência de gangues.

Mohamed Ishmael, que mora na capital de Mayotte, Mamoudzou, disse à agência de notícias Reuters: “Honestamente, o que estamos vivenciando é uma tragédia, você se sente como se estivesse no rescaldo de uma bomba atômica. Eu vi um bairro inteiro desaparecer.”

Estudos indicam que os ciclones, bem como outros fenômenos climáticos extremos, estão ficando mais intensos e frequentes por causa das mudanças climáticas. Tempestades como essas podem deixar os países pobres do sul da África, que contribuem pouco para o aquecimento global, mais vulneráveis ainda devido a grandes crises humanitárias.

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