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CIA: Nordeste era peça-chave da Guerra Fria entre EUA e URSS

Na década de 50, a CIA aconselhou o governo americano a se aproximar do Brasil para impedir a infiltração de comunistas no território brasileiro

Por Da redação
19 jan 2017, 15h52
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  • Um relatório da CIA, a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, reporta que a região Nordeste brasileira era um território-chave em uma eventual invasão soviética nas Américas, de acordo com uma reportagem da BBC desta quinta-feira. O cenário hipotético descrito pela CIA é o seguinte: depois que a então União Soviética conquistasse todo o Leste Europeu, os russos avançariam para o Hemisfério Sul, mirando primeiramente a Austrália e nações africanas. Da África os comunistas partiriam para conquistar o território que seria a base para um ataque aos Estados Unidos: justamente o Nordeste do Brasil.

    O texto está entre os 800.000 documentos confidenciais que se tornaram públicos depois de um processo movido por defensores do livre acesso à informação. Não é possível precisar exatamente a data do relatório, mas citações no texto indicam que ele foi escrito na década de 50, quando EUA e URSS realmente acreditavam que poderiam se enfrentar militarmente em breve.

    A CIA aconselhou o governo americano a se aproximar do Brasil para impedir a infiltração de comunistas no território brasileiro. Para isso, a agência sugeriu a criação de um órgão de contrapropaganda para fazer frente à influência soviética presentes em “todo o país e em diferentes esferas do governo”. Na área econômica, a CIA sugeriu para Washington ajudar o Brasil a se desenvolver, pois o “atraso cultural” e a pobreza poderia ser terreno fértil para o comunismo se alastrar.

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    II Guerra Mundial — Admirador do ditador fascista italiano Benito Mussolini e simpatizante de algumas ideias de Adolf Hitler, o então presidente brasileiro Getúlio Vargas (que implantou a ditadura do Estado Novo entre 1937 e 1945) foi convencido a se aproximar dos EUA e se unir aos Aliados contra o Eixo, formado por Alemanha, Itália e Japão.

    A aliança resultou na participação do Brasil na II Guerra Mundial (1939 – 1945) e em algumas benesses dos EUA ao Estado brasileiro, como investimentos no parque industrial e a construção de bases militares em Natal, no Rio Grande do Norte. O local serviu de base americana para operações na Ásia, África e Europa. Os EUA gostaram da experiência e a CIA defendeu uma nova aproximação com Brasília repelir a ameaça soviética. No fim do relatório, a agência afirma que Brasil e EUA “devem representar os últimos bastiões da liberdade, reafirmando a tradição histórica de aliados leais e sinceros”.

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